INFRAESTRUTURA

Aeroporto de Petrolina vai receber um investimento de R$ 226 milhões durante a concessão

O aeroporto pernambucano faz parte do Bloco Central que foi a leilão na manhã desta quarta-feira (07) na Bolsa de Valores de São Paulo

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 07/04/2021 às 18:00
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Uma resolução do ministério do Interior vai detalhar "o mais rápido possível" as modalidades da medida - FOTO: DIVULGAÇÃO/INFRAERO
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O Aeroporto de Petrolina vai receber um investimento mínimo estimado em R$ 226 milhões da Companhia de Participações em Concessões, uma subsidiária do Grupo CCR, que venceu, nesta quarta-feira (7), o leilão para explorar a concessão por 30 anos do empreendimento pernambucano que estava no chamado "bloco Central" com mais cinco aeroportos. Este grupo vai receber um investimento, no mínimo, de R$ 1,8 bilhão e foi arrematado por R$ 754 milhões com um ágio de 9.156,01%, o maior por bloco de todo o leilão.

Foram ofertados mais dois blocos - com 16 terminais - e todos foram arrematados. O ágio médio das outorgas - pagas à vista - foi de 3.822%. Ou seja, o governo federal estimava uma arrecadação mínima de R$ 186,2 milhões e arrecadou R$ 3,1 bilhões. O leilão foi muito bem sucedido para a atual realidade do País, que passa por uma das maiores crises econômicas e sanitárias.

>> Companhia arremata aeroporto de Petrolina e mais cinco por R$ 754 milhões

Grande parte do investimento deve ocorrer nos cinco primeiros anos da concessão. O valor mínimo do investimento inclui o que é necessário para que os aeroportos que foram a leilão passem a ter melhores condições de operação.

Ainda no Bloco Central também estão os aeroportos de Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís (MA), Imperatriz (MA), Teresina (PI). O investimento mínimo a ser realizado neste bloco é de R$ 1,8 bilhão. A CCR opera o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, e é uma grande concessionária de estradas. Procurada pela reportagem do JC, a empresa não deu entrevistas nesta quarta-feira, participando somente da coletiva que ocorreu logo depois do leilão na sede da Bolsa de Valores de São Paulo.

O Aeroporto de Petrolina atende ao polo de fruticultura irrigada da cidade de nome homônimo e de Juazeiro, na Bahia. Está localizado a 10 km do centro da primeira e a 15 km do centro da segunda. O empreendimento também fica a 300 km do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Os outros terminais do Bloco Central, também estão em cidades que tem uma atuação forte do agronegócio como é o caso de Goiânia, Palmas e Imperatriz.

Em 2019, o Aeroporto de Petrolina recebeu 1.766 voos domésticos e 40 voos internacionais dentro dos voos regulares (que ocorrem com a mesma frequência). Entre os não regulares, foram 933 voos , sendo 930 domésticos e três internacionais. Ainda em 2019, foram 202 mil passageiros nos voos regulares e 1870 em voos irregulares, incluindo 29 de voos internacionais. Em 2019, tinha seis voos diários. Atualmente, o terminal tem rotas da Azul para Campinas (em São Paulo) e Recife; da Gol com destino a Guarulhos e da empresa Passaredo com voos para Salvador, segundo informações da Infraero, atual administradora do terminal. 

LEILÃO

Sete concorrentes participaram do leilão. O grande vencedor foi a CCR que, além do Bloco Central, também arrematou o Bloco Sul com nove terminais que são os seguintes: Curitiba (PR), Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR), Bacacheri em Curitiba (PR), Navegantes (SC), Joinville (SC), Pelotas (RS), Uruguaiana (RS) e Bagé (RS). Este bloco foi arrematado por R$ 2,1 bilhões e tem investimentos mínimos previstos de R$ 2,8 bilhões. O ágio no valor da outorga foi de 1.534,36%.

O bloco Norte foi arrematado pela empresa francesa Vinci por R$ 420 milhões de outorga paga à vista com um ágio de 777,47%. O investimento mínimo é de R$ 1,4 bilhão. Este grupo inclui os aeroportos de Manaus (AM), Tabatinga (AM), Tefé (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC) e Boa Vista (RR). A Vinci opera um dos aeroportos de Paris e outro na Costa Rica. Na coletiva, o grupo anunciou que pode fazer um hub a partir do aeroporto de Manaus para as Américas (do Norte e Central) e o Caribe.

Foram a leilão 22 aeroportos em três blocos. Antes da pandemia, os três blocos de aeroportos – liderados por Curitiba/PR, Goiânia/GO e Manaus/AM – movimentavam cerca de 11% do total do tráfego de passageiros do país, o que representou cerca de 24 milhões de viajantes em 2019.

"As vitórias têm de ser celebradas. Temos um desafio importante pela frente. Vamos superar a pandemia e temos o desafio da geração de emprego. O emprego vai vir pela mão do investimento privado, não há outra alternativa porque temos que seguir a nossa trajetória de responsabilidade fiscal, nosso compromisso com a solvência”, afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, numa coletiva que ocorreu logo depois do leilão. O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, também participou da coletiva. Os investimentos a serem realizados em todos os aeroportos devem gerar cerca de 200 mil empregos, numa estimativa feita pelo Ministério da Infraestrutura.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um comunicado afirmando que o leilão foi um sucesso e que depois dele os terminais operados pela iniciativa privada passam a ser responsáveis por 78% dos passageiros transportados no Brasil. Atualmente, este percentual é de 66%. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou "que as concessões na área de infraestrutura são fundamentais para a geração de empregos e a recuperação econômica do País". Investimento em infraestrutura além de contribuir para o crescimento da atividade econômica melhora a produtividade do País.

As empresas vencedoras do leilão vão entregar os documentos da habilitação no dia 14 de abril. E assinatura dos contratos de concessão vão ocorrer após a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Depois disso, são estabelecidos prazos para, gradualmente, a administração dos aeroportos passarem a ser realizadas pelas empresas que vão explorar as concessões.

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Número de vacinados com ao menos uma dose contra a covid-19 no Brasil chegou a 106.220.057 - FOTO:FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

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