Covid-19: Governo de Pernambuco decide prorrogar medidas restritivas
O governo estadual decidiu prorrogar as restrições já em vigor no estado por mais duas semanas diante dos altos índices de casos confirmados e óbitos
Atualizada às 18h04
O Governo de Pernambuco realizou uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (20) para anunciar mudanças no Plano de Convivência com a Covid-19 diante da situação da pandemia no estado, que registrou 3.440 novos casos, mais alto índice desde o início da pandemia. Participaram da coletiva o secretários de Saúde, André Longo, e a secretária executiva de Desenvolvimento Econômico, Ana Paula Vilaça.
O governo estadual decidiu prorrogar as restrições já em vigor no estado por mais duas semanas, sendo assim, elas vão valer até o dia 6 de junho. A atual fase Plano de Convivência foi prorrogada no último dia 6 e maio, e valeria até próximo domingo. Por isso a necessidade de atualizar as medidas necessárias de acordo com os números da pandemia neste momento.
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No início da coletiva, o secretário André Longo apresentou os dados da semana epidemiológica nº 19 (de 9 a 15 de maio) em Pernambuco, que registrou uma situação de estabilidade alta, chamada de platô. De acordo com o secretário, houve um aumento de 4% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em relação à semana 18 (2 a 8 de maio), embora tenha sido registrada uma redução de 1% em relação à semana nº 17 (25 de abril a 1º de maio).
Os dados da Central de Regulação de Leitos mostraram um incremento de 5,8% nas solicitações da semana epidemiológica 19 em relação à semana 18. Desses, 3% é de aumento das UTIs e 9% dos leitos de enfermaria.
"Ainda estamos em uma fase bastante crítica da pandemia aqui no nosso estado. Após análise desses números feito pelo Comitê Multidisciplinar de Enfrentamento à Covid-19 em Pernambuco, nós decidimos por ampliar as medidas restritivas vigentes no decreto atual, que se encerrariam agora no dia 23 de maio, por mais 15 dias, até o dia 6 de junho. Essas medidas são extremamente necessárias para que a gente possa conter o avanço da pandemia aqui no nosso estado.", afirmou Ana Paula Vilaça.
Atualmente, as atividades econômicas fora da região Agreste só podem funcionar até as 18h nos finais de semana. Isto vale para os estabelecimentos que abrirem às 10h. Para os que começarem a funcionar às 9h, o horário limite fica reduzido para as 17h. De segunda a sexta-feira, o horário para todos é de 10h às 20h, com duração máxima de funcionamento de 10 horas.
As celebrações religiosas presenciais podem ser realizadas dos dias de semana entre 5h e 20h. Já nos sábados, domingos, o horário passa a ser de 5h às 18h.O comércio de praia, especificamente, não pode funcionar nos fins de semana e feriados. Nos dias úteis, os serviços são permitidos, das 9h às 16h.
Em qualquer dia, estão proibidas atividades de clubes sociais, esportivos e agremiações, equipamentos culturais, parques de diversão, competições e práticas esportivas coletivas, com exceção para jogos de futebol.
Agreste
Diante da situação mais crítica no Agreste, o Governo de Pernambuco resolveu restringir ainda mais o funcionamento das atividades econômicas e sociais na região, dos dias 18 a 31 de maio. Essas medidas vão ser mantidas no tempo estipulado.
Foi verificado um aumento rápido no número de internações e procura por hospitais na região. "Para se ter uma ideia, enquanto nas outras regiões os casos de Srag tiveram queda ou oscilações abaixo de 5%, no agreste, o aumento foi acima de 10%, quando consideramos todas as solicitações de leitos", disse André Longo.
As restrições valem para 53 municípios do Agreste que integram as 4ª e 5ª Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sede em Caruaru e Garanhuns, respectivamente.
De segunda à sexta, os serviços não-essenciais - atividades econômicas e sociais, incluindo os templos religiosos - estão proibidos de funcionar das 18h às 5h do dia seguinte. Nos sábados e domingos, só poderão funcionar atividades essenciais, como farmácias, supermercados, padarias, postos de gasolina e feiras livres de produtos alimentícios.
Ana Paula Vilaça alertou que o Plano de Convivência com a Covid-19 pode ser revisto a qualquer momento, a depender da evolução dos números da doença no estado. E que assim como foram adotadas medidas mais restritivas nas 53 cidades do agreste pernambucano, elas podem se estender para outros municípios caso seja necessário.
"Nós avaliamos e fazemos esse equilíbrio do funcionamento das atividades econômicas e sociais e os números da saúde, para que o governo consiga atender na sua rede hospitalar todos os pacientes, garantindo a preservação da vida das pessoas", afirmou.
A secretária também pediu comprometimento da população em geral, dos comerciantes, prestadores de serviços "para que cumpram e sigam os protocolos sanitários que foram construídos e elaboramos em parceria com todos os segmentos", disse.
Ela também reforçou a necessidade de seguir os protocolos sanitários para evitar a infecção pelo novo coronavírus. "O nosso comportamento também é um diferencial: o uso da máscara de forma correta e o tempo inteiro, evitar aglomerações, respeitar o distanciamento social, eventos sociais, corporativos, festas, que permanecem proibidos nesse momento", salientou.
Média móvel
Diante dos números da quinta-feira (20) - 3.188 novos casos em 24 horas - Pernambuco apresentou o sexto dia consecutivo em tendência de alta na média móvel dos casos.
A média móvel é considerada o melhor índice para mostrar um retrato mais fiel situação da pandemia em determinado território. O cálculo é feito a partir da média de novos casos registrados nos últimos sete dias (contando com o dia medido) comparada aos 14 dias anteriores.
A média móvel da quinta (20) foi de 2.559, um índice 26% superior ao registrado há duas semanas. Quando a variação é de 15% ou ultrapassa esse percentual, para mais indica tendência de alta e para menos, de tendência de baixa.