Plano de saúde é o terceiro maior desejo do brasileiro, diz pesquisa da Vox Populi
A pandemia alterou os objetos de desejo dos brasileiros. A edição da pesquisa este ano revelou que aumentou a quantidade de pessoas que têm vontade de ter carro, computador, celular e internet de banda larga
Ter um plano de saúde é o terceiro propósito do brasileiro, segundo uma pesquisa da Vox Populi feita a pedido do Instituto de Estudos e Saúde Suplementar (IESS) que identificou os bens e serviços mais desejados pelos cidadãos entre 16 e 26 de abril deste ano, comparando com o mesmo mês em 2015, 2017 e 2019. O plano de saúde vem se mantendo no terceiro lugar em vários levantamentos. Os dois primeiros lugares foram a casa própria e a educação. A novidade da atual edição é que a pandemia do coronavírus alterou os hábitos de consumo e passaram a fazer parte dos desejos ter o carro próprio, o computador, o celular e a internet de banda larga.
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"A maioria respondeu que deseja ter um plano de saúde pra ter a segurança e a confiança de que vão ter um atendimento rápido e de qualidade, caso precisem", explica o superintendente executivo do IESS, José Cechin. Ele argumentou também que o brasileiro percebeu que na pandemia é mais necessário ter um plano de saúde. No pico da pandemia, várias matérias mostraram cenas dos hospitais público lotados e sem a capacidade de oferecer um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para quem estava precisando.
Ter um carro foi o quarto maio desejo dos entrevistados, lembrando que os brasileiros, geralmente, têm uma paixão natural por carros. Aumentou o número de cidadãos que desejam ter um veículo. Entre os que não têm plano de saúde, 14% tinham essa vontade em 2019. Esse percentual subiu para 33% no mesmo grupo. "Esse aumento está totalmente ligado à pandemia. O temor de se infectar no transporte público reacendeu o desejo de ter um veículo", comenta José.
O celular e o computador passaram a ser, respectivamente, o quinto e sexto objeto de desejo dos brasileiros. "Isso também foi motivado pela pandemia. As pessoas passaram a fazer compras pelo celular, evitando o deslocamento e estarem expostas ao contágio do coronavírus. As pessoas ficaram com medo de ir a um posto de saúde ou um ambulatório, mas esses dispositivos também permitem fazer consultas. E a famílias com crianças precisaram de mais aparelhos com internet para os alunos assistirem as aulas. Estes dispositivos se tornaram o meio de se conectar com a sociedade e de obter serviços", resume.
"As pessoas sentem uma necessidade de interação e atualmente precisam dessa infraestrutura pra estarem trocando experiências. Isso é uma prova de que a sociedade se adapta as circunstâncias para viver e evoluir", comenta o consultor de gestão de negócios e professor da Unit Werson Kaval, se referindo a maior vontade dos cidadãos terem celular, computador e internet banda larga.
RECIFE
A pesquisa também avaliou o grau de satisfação dos usuários com os seus planos de saúde. Em Recife, 83% dos beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares estão satisfeitos ou muito satisfeitos com seus planos, segundo o levantamento da Vox Populi. Solicitada pelo IESS, a pesquisa é realizada a cada dois anos. O levantamento também mostrou que 85% afirmam que recomendariam o plano de saúde que possuem para amigos e parentes e 88% pretendem continuar com o benefício.
"No geral, as razões para estar satisfeito com o plano de saúde estão relacionadas principalmente ao atendimento da equipe técnica e à qualidade dos médicos", José Cechin. não depender da saúde pública e a segurança em caso de emergências", afirma Cechin. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos que não têm um plano de saúde respondeu que o impeditivo para ter o serviço é a renda que não permite o pagamento da mensalidade.
Para realizar a pesquisa, o Vox Populi ouviu 3,2 mil pessoas, sendo metade beneficiárias de planos de saúde e a outra metade de não beneficiários. Eles estavam em oito regiões metropolitanas do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Brasília e Manaus. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos porcentuais (p.p.) para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.