Porto de Suape usa energia renovável gerada em Tacaratu, no Sertão de Pernambuco
Além de ser mais sustentável, a estatal vai ter uma economia de 15% no custo financeiro mensal com a energia comprada em alta tensão
A empresa Suape aderiu à compra de energia limpa para o funcionamento do prédio administrativo e de mais quatro áreas do Porto Organizado da autarquia pernambucana. A iniciativa é fruto do programa PE Sustentável, criado pelo Governo do Estado e gerenciado pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), que viabiliza a comercialização de energia solar no Mercado Livre de Energia adquirida pelo leilão promovido pela gestão estadual em 2013. A energia é proveniente do Parque Fotovoltaico de Tacaratu, município do Sertão localizado a cerca de 450 quilômetros do Recife, e distribuída pela rede elétrica. Suape vai obter uma redução de 15% no custo financeiro mensal com a energia comprada em alta alta tensão.
"É uma economia significativa e não poluente, em consonância com as plataformas de sustentabilidade que a empresa integra no Brasil e no mundo", diz o diretor de Administração e Finanças da estatal, Jorge Vieira. A usina de Tacaratu foi uma das vencedoras do primeiro leilão de energia renovável feito pelo governo de Pernambuco em 2013 na gestão do então governador Eduardo Campos (PSB).
A iniciativa vai contribuir para elevar o Índice de Desempenho Ambiental (IDA), um indicador criado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para acompanhar o desempenho dos portos públicos. Suape ocupa atualmente a 8° posição na lista de 31 atracadouros monitorados.
A mudança foi viabilizada após a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concederem autorização para a AD Diper atuar como agente de comercialização e no setor de Ambiente de Contratação Livre (ACL). Neste tipo de ambiente, o consumidor pode escolher a quem vai comprar a energia. Isso só é possível para médios e grandes clientes. Além do consumo de energia limpa , a finalidade do programa é incentivar o crescimento desse mercado em Pernambuco, que está em franca expansão. As áreas do porto abastecidas por energia limpa são os cais públicos (IV e V) e o pátio público de veículos (PPV1).
"O uso de energia limpa é o futuro do planeta, o futuro da economia global. O edifício sede de Suape já é um exemplo disso, pois foi construído com padrões internacionais de sustentabilidade, sendo o primeiro do Norte e Nordeste brasileiro a receber a qualificação LEED Gold. E agora, com outras quatro áreas do Porto Organizado, funciona com energia limpa. Suape se destacando mais uma vez como um porto do futuro", afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Geraldo Julio.
O diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão, celebra o passo dado pela estatal portuária e reforça os compromissos sociais e ambientais seguidos pelo Complexo Industrial Portuário e alinhados com a Agenda ESG (dados ambientais, sociais e de governança corporativa, na tradução livre da sigla em inglês). "O mercado de energia limpa está em ascensão no mundo. A tendência é adotar medidas que não poluam o meio ambiente e que fomentem, cada vez mais, negócios que promovam a sustentabilidade no mundo. Suape quer ser um porto ainda mais competitivo e com alta atratividade para os investidores nacionais e estrangeiros", argumenta. A energia limpa também não contribui, diretamente, para gerar gases do efeito estufa.
MEIO AMBIENTE
"O consumo médio dessas cinco unidades de Suape que serão abastecidas com energia renovável equivale a 1.418,0 MWh/ano e sendo atendido em 100% por meio de fonte solar evita-se a emissão de 108 toneladas de dióxido de carbono (CO2), o correspondente ao plantio de 770 árvores. É conservar o nosso patrimônio verde, incentivando a cadeia industrial desse tipo de negócio, num pensamento alinhado com nossas ações e projetos voltados para a sustentabilidade do território", completa o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Carlos André Cavalcanti.
O Mercado Livre de Energia Limpa é uma opção regulada pelo governo federal para as empresas que decidem fazer uso de energia renovável, parcial ou totalmente. A iniciativa aumenta a competitividade do mercado e combate à poluição ao meio ambiente.
O uso dessa matriz energética por Suape é a primeira medida anunciada após o ingresso da empresa no Iclei (Governos Locais pela Sustentabilidade), organização global que conta com 2.500 gestões públicas locais e regionais comprometidas com o desenvolvimento urbano sustentável do planeta.
VIVEIRO
Além de comprar energia, Suape também está produzindo energia solar, há dois meses, quando o Viveiro Florestal da empresa, que se localiza no Engenho Algodoais, no Cabo de Santo Agostinho, passou a ser alimentado por um conjunto de 22 placas fotovoltaicas instaladas no telhado do prédio destinado às aulas do projeto Pedagogia Ambiental, que atende estudantes e moradores das comunidades da região. Os equipamentos são responsáveis pela captação e conversão da irradiação solar em energia elétrica.
Fundado há 42 anos no Litoral Sul de Pernambuco, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santos Agostinho, o Complexo Industrial Portuário de Suape é considerado um projeto do Estado de Pernambuco, que contou com a colaboração dos políticos e governantes dos mais diferentes partidos. Situado a apenas 40 quilômetros do Recife e instalado em uma área de 13,5 mil hectares, é um complexo que conta com 150 empresas instaladas e em implantação. Ainda contempla uma grande área de preservação ecológica, que representa 59% do território. Em 2020, o porto movimentou o total de 25,6 milhões de toneladas de cargas, alcançando o recorde histórico e o quarto lugar no país no ranking da Agência Nacional de Transportes Aquaviários.