Primeiro voo carbono neutro do Brasil seguiu a rota Recife - Fernando de Noronha

Foi realizado em Pernambuco, nessa quarta-feira (1º), o primeiro voo carbono neutro do Brasil. A nova rota sustentável decolou do Recife às 13h40 e pousou no arquipélago de Fernando de Noronha às 15h55 (horário local). O voo G3 1862 foi operado pela companhia aérea Gol. A partir agora, todos os voos da companhia de ida e volta para ilha, a partir da capital pernambucana, terão emissão neutra de carbono.

A iniciativa empresarial integra o programa Noronha Carbono Zero, que prevê a retirada de todos os veículos movidos a gasolina, álcool e óleo diesel da ilha até 2030. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas/PE), mais da metade das emissões de carbono da ilha de Fernando de Noronha, uma das mais importantes rotas de turismo do País, advém do transporte aéreo que atende o arquipélago. O Governo de Pernambuco pretende zerar as emissões de carbono no estado até 2050.

De acordo com o decreto estadual nº 306/2019 (Projeto de Lei Ordinária), será proibida a entrada na ilha, em 10 de agosto de 2022, de carros que fazem a emissão de dióxido de carbono. E, a partir do ano de 2030, de acordo com o projeto Noronha Carbono Zero 2030, todos os veículos movidos a gasolina, álcool e óleo diesel deverão ser retirados do local.

O primeiro voo carbono neutro do Brasil foi pilotado pelo comandante Pedro Scorza. Em speech feito a bordo, durante o trajeto, Scorza lembrou: “Vocês são os primeiros clientes do primeiro voo brasileiro carbono neutro. A Gol, em parceria com a MOSS, está compensando todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes da operação do nosso voo, transformando a experiência de vocês nessa etapa, seja na ida ou seja na volta, em uma experiência de impacto neutro na mudança climática e nas emissões”.

A parceria da Gol com a MOSS, plataforma de compra e venda de carbono, funciona da seguinte forma: a MOSS doa a todos os Clientes da Companhia e moradores da ilha que voam na rota Recife-Fernando de Noronha-Recife a compensação da pegada carbônica de suas viagens, neutralizando as emissões totais de carbono nos dois trechos. Assim, a pegada carbônica deixada nas duas viagens é automaticamente “apagada”, sem custo extra aos passageiros.

Através da nova rota sustentável, serão neutralizadas 1/4 das emissões de gases de efeito estufa da Ilha. Todos os passageiros recebem um certificado de créditos de carbono já compensados.

“Esse roteiro exclusivo da Gol no Brasil, se equivale aos poucos voos desse tipo no mundo, como o da Ilha de Páscoa, e em Galápagos. Nós ainda não temos um mercado regulado de carbono no País, mas existe o compromisso de algumas empresas com a redução das emissões. Isso se coaduna com o programa Pernambuco Carbono Neutro, nosso plano de descarbonização da economia que será apresentado em novembro na Conferência do Clima da ONU, a COP26, pelo governador Paulo Câmara”, declarou o secretário da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, que seguiu no voo rumo ao arquipélago.

 Segundo Bertotti, um próximo passo é o uso de biocombustíveis, o que vem sendo discutido com a Gol. Os voos G3 1862 e G3 1863 (Noronha-Recife) são operados com o jato Boeing 737 700, de última geração, com capacidade para 138 passageiros. As aeronaves que atendem a essa rota especial da companhia foram pintadas com os dizeres “A 1ª Rota Carbono Neutro do Brasil - Recife-Noronha”, na parte dianteira.

Além do secretário, acompanharam o voo rumo a Noronha a secretária-executiva da Semas, Inamara Mélo, o diretor de Relações Institucionais da Gol, Ciro Camargo, o comandante e assessor de projetos ambientais da Gol, Pedro Scorza, o presidente da Empetur, Antônio Neves Batista, e o administrador de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha.