Tudo o que se sabe sobre os bloqueios dos caminhoneiros bolsonaristas nas estradas do Brasil
Os bloqueios começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro
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Mobilizações em Pernambuco
A BR-408, em Paudalho, na Zona da Mata, foi interditada na noite desta quarta-feira (8). Um grupo de caminhoneiros fechou a via no quilômetro 83. De acordo com a PRF, a manifestação reuniu cerca de 50 pessoas. Eles atearam fogo em pneus e fecharam a rodovia no sentido Recife/Carpina. Até 23h53, a pista seguia parcialmente bloqueada. Carros de passeio, veículos de emergência e caminhões com cargas perecíveis estavam conseguindo passar.
Por volta das 7h55 desta quinta-feira (9), os trechos interditados foram liberados pelos manifestantes.
Apelo de Bolsonaro
Em um áudio divulgado nesta quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu aos caminhoneiros que encerrem os bloqueios nas estradas do País. Na gravação, enviada ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ele diz que a interdição de rodovias provoca "desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres".
"Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu", diz o presidente.
Ouça o apelo de Bolsonaro aos caminhoneiros:
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A pauta do movimento
A NTC&Logística, que diz congregar cerca de 4.000 empresas de transporte associadas direta e indiretamente e mais de 50 entidades patronais, afirmou que a movimentação é de natureza política e está dissociada das bandeiras e reivindicações da categoria de caminhoneiros autônomos.
O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, avalia que o movimento é de cunho político com participação de empresários de transporte e seus funcionários celetistas, e não de transportadores autônomos. "Os caminhoneiros estão sendo usados como massa de manobra. Existe um movimento com interesse de empresas e do agronegócio atrás do financiamento desses atos. Está claro que a pauta não é da categoria", disse Chorão. De acordo com ele, uma greve geral neste momento seria prejudicial às atividades dos autônomos. "Uma paralisação nesse momento tiraria vários transportadores do ramo e ainda em uma pauta política seria prejudicial à categoria. Muitos motoristas não conseguiriam parar 10 a 15 dias", afirmou Chorão, que foi um dos principais líderes da categoria na greve de 2018.