Bolsonaro gera insatisfação e enfrenta manifestação de categorias do funcionalismo público
Servidores têm programado mobilizações pela manhã e também na tarde desta terça-feira (18)
A predileção do presidente Jair Bolsonaro (PL) em conceder reajuste salarial a categorias específicas do funcionalismo, como os policiais federais, trouxe insatisfação de outras carreiras do funcionalismo, que se reúnem nesta terça-feira (18) para mobilização. A expectativa do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) é de reunir a representação de mais de 30 categorias no ato que é considerado um "alerta" ao governo antes da intensificação de ações, caso nada mude.
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Para hoje, há mobilizações marcadas para as 10h ,na frente da sede do Banco Central, e às 14h, na frente do Ministério da Economia. O Fonacate fala em buscar reajuste de 28,15% (acumulo do IPCA de janeiro de 2017 até dezembro), mas não há consenso sobre a reivindicação.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é contra a concessão deliberada de reajuste ao servidores, mas acatou a demanda de presidente para reserva no Orçamento que seja destinada ao reajuste dos policiais federais. O prazo final para sanção do Orçamento ao fim desta semana.
BC E CARF param
Dentro do movimento por reajuste, os servidores do Banco Central param das 10h às 12h, mantendo os erviços essenciais, hoje. É esperada uma adesão interna acima dos 50%, com possibilidade de suspensão ou interrupção do atendimento ao público, da distribuição do meio circulante, da prestação de informações ao sistema financeiro, da manutenção de informática (hardware e software) do BC e do acesso dos bancos a alguns sistemas de informação.
Os representantes do BC já têm uma nova reunião com o presidente do Banco central para ainda este mês. Caso não haja avanços, a agenda é de debater uma paralisação por tempo indeterminado a partir de fevereiro.
O CARF anunciou ontem a suspensão das sessões de julgamento das 1ª e 2ª Turmas Ordinárias da 3ª Câmara, 1ª e 2ª Turmas Ordinárias da 4ª Câmara, todas da 3ª Seção, bem como das Turmas Extraordinárias da 2ª Seção agendadas para o período compreendido entre os dias 24 e 28 de janeiro de 2022, em razão da falta de "quórum regimental para instalação e deliberação do colegiado, motivado pela adesão de conselheiros representantes da Fazenda Nacional ao movimento paredista da categoria funcional".
Também foram suspensas as sessões de julgamento da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF e da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, agendadas para período de 24 a 28 de janeiro de 2022, em razão da falta de quórum.