PESQUISA

Cerca de 80% das famílias pernambucanas afirmaram estar endividadas

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Fecomércio-PE, o percentual de famílias endividadas é o maior para o mês de janeiro desde a série histórica da pesquisa

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 09/02/2022 às 18:39
FELIPE RIBEIRO/ACERVO JC IMAGEM
ALIMENTAÇÃO Um a cada dois entrevistados brasileiros afirmou comprar menos peixe ou carne na feira - FOTO: FELIPE RIBEIRO/ACERVO JC IMAGEM
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Com variação de apenas 0,4 pontos percentuais, a proporção de famílias que se declaram endividadas chegou a 80,4% este mês, o maior percentual desde setembro de 2021 (80,9%). Esse resultado representa o maior percentual de famílias endividadas para o mês de janeiro na série histórica da Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) em Pernambuco.

Segundo a Fecomércio-PE, o último recorde foi em janeiro de 2021, com 78,1%. "Por outro lado, vale destacar que esse desempenho já se encontrava em ascensão desde janeiro de 2020, quando chegou a 72,3%, já 4,6 pontos percentuais acima do patamar observado em janeiro de 2019 (67,7%). Em comparação ao mês de dezembro de 2021, o número de famílias endividadas em Pernambuco está estável", analisou o assessor econômico da Fecomércio-PE, Ademilson Saraiva.

NÍVEL

Segundo a pesquisa, aproximadamente 23% das famílias se definiram muito endividadas, impactando o potencial de consumo (percentual que era de 13% em janeiro de 2021),e 35% se declararam moderadamente endividadas, ou seja, com um nível de endividamento prestes a impactar as relações do consumo familiar. Outros 23% disseram estar pouco endividadas e 20% registraram não possuir nenhum tipo de dívida comprometendo o orçamento doméstico.

Entre as dívidas mais comuns estão o cartão de crédito, citado por aproximadamente 95% das famílias e os carnês (30%). Um tipo de dívida que registrou queda foi o cheque especial, citado por 11% das famílias em dezembro e por 8% em janeiro.

COMPROMETIMENTO

A parcela média da renda comprometida com as dívidas ficou em 30,7% em janeiro. "O patamar já é considerando um limite sobre o orçamento, visto que parcelas acima desse limiar passam a dificultar a capacidade de poupança e o planejamento financeiro das famílias. Em termos de horizonte temporal, as famílias projetam que a composição atual das dívidas seguirá comprometendo a renda por aproximadamente oito meses", destacou a análise de Ademilson Saraiva.

Já o percentual de famílias com dívidas em atraso também ficou praticamente estável na passagem de ano, saindo de 32,9% em dezembro para32,3% em janeiro. Já o tempo médio de atraso sobre o pagamento é de 59,2 dias, com pequena variação em relação ao mês de dezembro, quando era de 58,4 dias. Na comparação anual, com janeiro de 2021, a proporção de famílias inadimplentes cresceu 3,1 pontos percentuais e o número médio de dias em atraso cresceu 1,3 dias.

CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

Entre dezembro e janeiro, também se constatou estabilidade no percentual de inadimplentes e sem condições de quitar as dívidas em atraso. Foram 17,3% no mês passado e 17,2% em janeiro. Na comparação anual, a proporção de famílias sem condições de pagamento das contas atrasadas já aumentou 5,3 pontos percentuais em relação a janeiro de 2021. Esse indicador segue em alta desde abril, quando chegou a 12%, o que, segundo a análise da Fecomércio-PE, demonstra o agravamento das condições financeiras ao longo de 2021 e preocupação diante da expectativa para novos aumentos na taxa básica de juros, dificultando as condições de negociação das dívidas em atraso ao longo de 2022.

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