COMBUSTÍVEIS

Consumo de gás natural cresce 28,8% no Brasil em 2021

Segundo a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) as termelétricas puxaram consumo, com 51,7% de alta mas todos os segmentos cresceram, com destaque para industrial, automotivo e comercial

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 02/03/2022 às 17:51
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EM ALTA Todos os segmentos de consumo de gas registraram crescimento - FOTO: DIVULGAÇÃO
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O consumo total de gás natural no Brasil alcançou 76 milhões de metros cúbicos/dia na média acumulada do ano de 2021, o que representa um crescimento de 28% na comparação com a média acumulada de 2020, quando foram consumidos 59 milhões de metros cúbicos/dia. Os dados fazem parte de levantamento estatístico mensal da Abegás com distribuidoras de todo o País.

No ano de 2021, o maior destaque foi o setor termelétrico, totalizando exatos 33,9 milhões de metros cúbicos/dia na média acumulada, ante uma demanda de 22,4 milhões de metros cúbicos/dia, em média, ao longo de 2020, representando um crescimento de 51,7%.

Excetuando a geração elétrica, o segmento industrial mostrou sua força, com alta de 15%, saindo da média de 25,6 milhões de metros cúbicos/dia em 2020 para o total de 29,5 de metros cúbicos/dia na média do acumulado de 2021. Todos os demais segmentos tiveram movimento crescente, com o ponto alto na recuperação do consumo de GNV (15,4%) e do segmento comercial (15,5%). Já o consumo do segmento residencial avançou 2,7%.

“O ano de 2021 marcou uma firme retomada do consumo de gás natural depois do susto registrado em 2020, com o forte impacto da pandemia, principalmente nos meses iniciais. Em 2021, a indústria manteve a demanda, mesmo durante a segunda onda de covid-19. Não por acaso, o desempenho do consumo industrial foi superior ao período pré-pandemia (27,9 milhões de metros cúbicos/dia na média do acumulado registrada em 2019). Nos demais segmentos, o avanço da vacinação foi determinante para a flexibilização das restrições, abrindo condições para a recuperação do segmento comercial e do consumo de GNV”, comentou o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

GUERRA

De acordo com Salomon, o conflito no leste europeu pode ter impacto no custo do gás natural no mercado internacional, e esse preocupante contexto deve servir de alerta para que o País reduza sua exposição à importação de GNL.

“O Brasil tem imensas reservas de gás natural no Pré-Sal, mas vem devolvendo praticamente metade do que produz, com a reinjeção tem ultrapassado os 60 milhões de metros cúbicos diários, o que equivale ao dobro do consumo industrial brasileiro. O País não pode ficar a mercê. Precisa urgentemente de políticas públicas que estimulem os investimentos em infraestrututura essencial: rotas de escoamento, unidades de
processamento, gasodutos de transporte e termelétricas inflexíveis na base do sistema elétrico. Além disso, é preciso uma atuação mais assertiva da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no sentido de trabalhar para atrair novos projetos, e nunca para afugentá-los. A invasão de competências que constitucionalmente pertencem aos Estados, como na questão da classificação dos gasodutos de distribuição, apenas criam insegurança jurídica e inibem investimentos”, diz o presidente executivo da Abegás.

TRIMESTRE

Na comparação trimestral, o destaque foi o crescimento do consumo de GNV. No 4º trimestre de 2021, a alta foi de 8% ante o mesmo período imediatamente anterior e de 10,9% em relação ao 4º trimestre de 2020. Em dezembro, o número de unidades consumidoras de gás natural alcançou a marca dos 4 milhões (número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo). Hoje, a rede de distribuição espalhada por todo o País chega a 40 mil quilômetros, número duplicado em 11 anos em função dos investimentos das distribuidoras.

O crescimento do segmento automotivo foi destaque em todas as regiões em 2021, seguido pela recuperação do segmento industrial nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.

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