Retomada da economia

PIB de Pernambuco cresce 4,2% em 2021. Resultado mostra recuperação, mas poderia ter sido melhor

Queda na produção da Refinaria Abreu e Lima e novo baque no setor de serviços por conta da variante ômicron e da gripe inibiram o resultado da economia local no ano passado

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 07/03/2022 às 14:31
HÉLIA SCHEPPA/ACERVO JC IMAGEM
CAMPO A agropecuária registrou um aumento de 5% em 2021, com destaque para as lavouras temporárias, que registraram um aumento de 14,3% - FOTO: HÉLIA SCHEPPA/ACERVO JC IMAGEM
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A economia de Pernambuco demonstrou reação em 2021, após registrar queda de 2,9% no ano anterior, marcado pelo início da pandemia da covid-19. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 4,2% no ano passado, com crescimento nos três setores analisados: agropecuária (5%), indústria (3,7%) e serviços (4,3%). O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (7) pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem). Para 2022, a projeção de crescimento do governo é cautelosa, devendo ficar em 2,5%. O Brasil apresentou uma recuperação de 4,6% no PIB, mas o desempenho em 2020 foi negativo em 3,9%. 

Em 2021, a economia pernambucana deu uma alavancada no segundo trimestre (13%), diante do início da vacinação contra a covid-19 e da esperança de retomada trazida com ela. Mas veio o surto da gripe H3N2 e disseminação da variante ômicron da covid. "Com a vacinação, todo mundo esperava uma abertura total da economia, mas veio outro baque com a proliferação de outras variantes e a gripe. Aí a recuperação não aconteceu de uma forma mais favorável como se pensava. As medidas restritivas atingiram o setor de eventos, que integra a atividade de serviços em Pernambuco e tem um peso importante (75,5%)", observa o diretor de Estudos, Pesquisas e Estatística da Condepe/Fidem, Maurílio Lima.

TAIS PEYNEAU/AGÊNCIA PETROBRAS
Refinaria Abreu e Lima - TAIS PEYNEAU/AGÊNCIA PETROBRAS

Enquanto o PIB do segundo trimestre foi animador, os do terceiro e quatro foram ladeira abaixo, com taxas de 3,9% e 0,4%, respectivamente. A indústria puxou o resultado quase negativo, com uma queda de 6,3%; o setor de serviços cresceu 2,4% e a agropecuária, 6,1%. "A Refinaria Abreu e Lima, em Suape, teve problemas com a produção e influenciou este resultado. No ano passado, a unidade chegou a entrar em leilão para ser vendida, mas acabou não sendo. Todos esses movimentos refletiram no resultado da indústria de transformação e no desempenho total do PIB", explica Lima. 

No acumulado do ano, dentro do setor industrial, alguns setores apresentaram importante sinal de recuperação, a exemplo da construção civil (11%) . Por outro lado, algumas atividades praticamente empataram com o ano passado, como a indústria de transformação, com avanço de 1%. 

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RETORNO Batizados, aniversários e casamentos estão entre as atividades que poderão ser realizadas. Mas com capacidade reduzida, horário restrito e sem qualquer tipo de música - Cortesia

MERCADO DE TRABALHO 

Durante a apresentação do resultado do PIB 2021, a Condepe/Fidem também demonstrou um levantamento do mercado de trabalho de Pernambuco. "O crescimento do mercado de trabalho formal está alinhado ao desempenho da economia. Até um pouco melhor. Enquanto o PIB cresceu 4,2%, o estoque de empregos com carteira assinada avançou 5,38%", compara o gerente de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas, Rodolfo Guimarães. 

De acordo com o estudo, houve uma recuperação de 63.956 empregos com carteira assinada em 2021, com o estoque passando de 1,18 pra 1,25 milhões de trabalhadores. O desempenho reflete apenas o resultado do emprego formal, que representa apenas um terço do mercado de trabalho pernambucano. Os setores que mais empregaram também seguiram a tendência do PIB, com destaque para agropecuária e serviços.  

Para 2022, a expectativa da Condepe/Fidem é de um crescimento de 2,5% para o PIB. O ano é marcados por fatos que trazem muitas incertezas, como as Eleições Gerais e ainda os desdobramentos da covid-19. 

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