PROTOCOLOS

Empresários dos setores de gastronomia e eventos veem novas regras de flexibilização adotadas em Pernambuco como positivas

Governo de Pernambuco permitiu ampliação do público e desobrigou a apresentação do teste negativo para covid. Mas vacinação completa e máscaras continuam sendo exigidas

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Edilson Vieira

Publicado em 15/03/2022 às 19:47 | Atualizado em 16/03/2022 às 16:25
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Os novos protocolos de convívio com a covid-19, anunciadas pelo Governo de Pernambuco nesta terça-feira (15), foram recebidos com um certo alívio pelos promotores de eventos e empresários de bares e restaurantes do Estado. 

Pelas novas regras, nos eventos esportivos será permitida a presença de torcidas obedecendo 50% da capacidade dos estádios. Os bares e restaurantes poderão operar com capacidade máxima, assim como museus, teatros, cinemas e circos. Para eventos cerimoniais, shows e festas, serão permitidos 70% da capacidade do local ou 10.000 pessoas, o que for menor. Deixa de ser obrigatório a apresentação do teste negativo para covid-19, mas permanecem a exigência do passaporte vacinal com o esquema de vacinação completo e o uso de máscara. 

André Araújo, vice-presidente da Abrasel-PE, diz que o setor apoia qualquer medida não restritiva. "A partir do momento que agora avançamos mais um passo para que bares e restaurantes tenham mais fluxo de clientela com o aumento da capacidade, se torna mais interessante". Araújo não viu maiores dificuldades no cumprimento de exigir dos clientes a comprovação da terceira dose de vacina. "A dose de reforço já está amplamente difundida e aplicada na população. Agora continuamos contrários à apresentação do passaporte vacinal, que implica em ter um funcionário livre [nos estabelecimentos] para fazer esse tipo de controle", disse André Araújo.

O vice-presidente da Abrasel-PE apontou ainda que "mais da metade do Brasil não cobra mais o passaporte vacinal. Praticamente o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste já estão praticamente livres do passaporte vacinal. Ficamos ilhados aqui no Nordeste". André Araújo pediu a liberação da exigência do controle de vacinação por acreditar que estamos numa situação favorável em relação ao quadro de contaminação pela pandemia.

FESTAS E SHOWS

Waldner Bernardo, diretor regional da Associação Brasileira de Promotores de Eventos, afirma que as novas medidas não são as ideais, mas são satisfatórias. "O nosso setor era o único no qual havia a cobrança de testes de covid. Essa exigência caiu, mas continua a cobrança da vacinação da dose de reforço para maiores de 18 anos de idade. Nenhum outro setor tem essa exigência, aliás, nenhum outro país tem essa exigência para se ter acesso a eventos; mas ainda é cedo para saber o impacto que isso terá na realização dos eventos", diz o empresário.

Para Waldner Bernardo, a ampliação da capacidade de público para 70% do espaço ou 10 mil pessoas, o que for menor, também foi bem vista pelos produtores. "Claro que o ideal seria a capacidade plena, mas foi bom. Alguns promotores já estão se preparando para o feriado da Páscoa, onde devem acontecer eventos com temas carnavalescos". O empresário também espera a ampliação das medidas a partir do próximo mês de abril. "Os números da pandemia estão melhorando a cada dia, e a vacinação continua avançando no estado. É claro que a pandemia não vai acabar de uma hora para outra, mas as pessoas já estão se sentindo mais seguras", acredita Waldner Bernardo.

CERIMONIAIS E SETOR PRODUTIVO 

Para Tatiana Marques, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos Regional Pernambuco (Abeoc-PE) e vice-presidente para projetos no Nordeste, as novas medidas dão um novo impulso na retomada dos eventos. "Dá para a gente se planejar melhor. Sobretudo nos eventos de grande porte, como congressos, seminários e feiras. Com 100% da capacidade, eu acho que agora começamos a ter um pouco mais de segurança para desenvolver projetos junto aos clientes, e que isso represente mais contratos de trabalho para todos os profissionais do setor".

Quanto à continuação do uso da máscara, Tatiana concorda parcialmente. "Em ambientes fechados ela deve permanecer. Mas em eventos abertos eu acho o [o uso] um tanto incoerente, sobretudo nos eventos sociais e de entretenimento, porque são eventos em que se está quase todo o tempo consumindo bebidas e comidas". Tatiana reitera que o importante é que clientes e patrocinadores se sintam seguros para desenvolver novos projetos. "O setor já sofreu demais. Muitas empresas fecharam, muitos times foram desfeitos, há muito que se reconstruir e essa flexibilização traz mais ânimo para todos os envolvidos", afirmou a presidente da Abeoc-PE.

Para o presidente do Movimento Pró-Pernambuco, que agrega empresários de 62 setores produtivos no estado, Avelar Loureiro Filho, as novas medidas caminham no sentido da flexibilização segura e de acordo com o esperado. "Temos que ter um pouco de cautela, pois, em anos normais, estaríamos entrando no período sazonal da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Acreditamos, que dado o estágio avançado que a vacinação contra a covid está em nosso país, em breve, caminharemos para um estado de quase normalidade", avaliou Avelar Loureiro Filho.

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