Em evento com tom mais político do que público e sem a presença da imprensa, a Tramontina inaugurou nesta terça-feira (17) sua segunda fábrica em Pernambuco, no município de Moreno (Grande Recife). Especiaizada na fabricação de utensílios domésticos em cerâmica (pratos, xícaras, pires, travessas, canecas e saladeiras, a nova indústria marca a estreia da empresa no setor.
Antes de se aventurar no novo negócio, a Tramontina passou anos estudando o mercado e percebeu a oportunidade de ocupar espaço em uma área dominada por poucos players. Atualmente, as maiores fabricantes de louça de mesa do País estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste.
A Tramontina Porcelana surgiu a partir de pesquisas de mercado iniciadas em 2014. Desde então, a marca iniciou esforços para produzir internamente e estampar o próprio nome em conjuntos conhecidos como louça branca, de material nobre.
“O segmento apresenta poucos fabricantes no Brasil e, por isso, há ampla demanda hoje não absorvida com a oferta existente. Observamos aí uma grande oportunidade, principalmente para mercados de grande volume, como hotéis e restaurantes”, afirma o diretor da Tramontina, Rui Baldasso.
Descentralização
Com a decisão de instalar a unidade de porcelanas em Pernambuco, a Tramontina também contribuiu para descontralizar a produção do eixo Sul-Sudeste e inseriu o Nordeste no Polo Nacional da porcelana. Para atrair o empreendimento, o governo do Estado contou com alguns trunfos: sua política de incentivos fiscais, oferta de mão de obra, disponibilidade de matéria-prima no Nordeste e a uma história de 24 anos da Tramontina em solo pernambucano, com uma fábrica de móveis de plástico.
Com a entrada no segmento porcelana, a Tramontina complementa seu portfólio de utilidades para o lar, que já conta com panelas, talheres e móveis de plástico, somando mais de 20 mil itens. A nova fábrica vai produzir 200 itens, com uma capacidade de fazer 46 mil peças por dia.
Para isso conta com inteligência artificial e robotização, garantindo maior eficiência e produtividade. A planta conta com mais de 300 funcionários diretos, além dos indiretos. A empresa não informou o investimento, mas na época do lançaento foi projetado em R$ 130 milhões.
Do evento, com direito a corte de fita e padre benzendo o empreendimento, participaram o governador Paulo Câmara, representantes do Conselho da Tramontina, Clovis Tramontina e Ildo Paludo, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto de Abreu e Lima, prefeito do Recife, João Campos, e prefeito de Moreno, Edmilson Cupertino.
Paulo Câmara lança edição extra do Diário Oficial para agilizar empréstimo de R$ 800 milhões do Plano Retomada
Edição extra foi publicada nesta terça com chamada pública para bancos
Com alarde, o governador Paulo Câmara (PSB) mandou rodar uma edição extra do Diário Oficial, nesta terça-feira (17), com um único objetivo: lançar uma chamada pública para contratar um empréstimo de R$ 800 milhões com um banco nacional para o Plano Retomada.
Técnicos viram o projeto com ceticismo. "Esse empréstimo não chega antes das eleições"
"O Governo do Estado de Pernambuco torna público o interesse do Estado em celebrar Operação de Crédito Interno, com garantia da União, no montante de R$ 800.000.000,00 (oitocentos milhões de reais), destinada ao Programa Estadual de Investimentos em Infraestrutura e Melhoria da Gestão Pública", diz o edital oficial.
Poderão apresentar propostas as instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operarem com órgãos e entidades do setor público e a referida contratação apenas será realizada após aprovação da Secretaria do Tesouro Nacional – STN, do Ministério da Economia.
As instituições financeiras interessadas deverão enviar suas propostas por meio de Ofício endereçado à Comissão Central Permanente de Licitação do Estado I/CCPLE I da Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco.
O banco deverá depositar os R$ 800 milhões na conta-corrente do Estado em parcela única, no prazo de até 30 (trinta) dias, contados a partir da assinatura do contrato da Operação de Crédito.
"Será selecionada a proposta que apresentar o menor custo efetivo total (CET), correspondente ao custo all in, expresso em percentual de Certificado de Depósito Interbancário (CDI), com 4 (quatro) casas decimais, englobando todos os custos, taxas, juros remuneratórios, comissões, encargos e quaisquer despesas decorrentes do financiamento a serem assumidos pelo Estado de Pernambuco".
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