Gastos com educação pressionam inflação e levam o Recife à segunda maior alta do mês no País

Em fevereiro, os três produtos ou serviços com aumento mais expressivo no IPCA da Região Metropolitana do Recife foram abacaxi (20,17%), cenoura (15,06%) e tomate (13,36%)
Lucas Moraes
Publicado em 10/03/2023 às 21:18
Gastos com educação foram sentidos no bolso do consumidor Foto: Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem


Com Estadão Conteúdo

Pressionada pelo reajuste nas mensalidades escolares, a inflação no Grande Recife teve o segundo maior percentual do país em fevereiro, com 0,99%, atrás apenas da Região Metropolitana de Curitiba (1,09%). O índice contrasta com os 0,03% do mês de janeiro, quando a RMR teve a terceira menor inflação do Brasil. Por sua vez, a média brasileira foi de 0,84% no mês passado. Os dados foram divulgados nesta sexta (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo com o aumento expressivo entre um mês e outro, a inflação do Grande Recife foi a quarta menor do país no acumulado de janeiro e fevereiro, chegando a 1,03%. Por sua vez, no acumulado dos últimos 12 meses (março de 2022 a fevereiro de 2023), o Grande Recife ficou em sétimo lugar entre as cidades e regiões
metropolitanas com inflação medida pelo IPCA, ao registrar índice de 5,42%, pouco abaixo da média brasileira (5,6%).


Na RMR, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA no mês passado, apenas um, o de Despesas pessoais (-0,1%), apresentou deflação na comparação com o mês anterior. Por outro lado, a categoria Educação teve uma alta expressiva, de 8,03%, na comparação com os demais segmentos. “O Grande Recife registrou a maior alta na área de educação entre as 16 localidades pesquisadas pelo
IPCA”, aponta Fernanda Estelita, gerente de planejamento e gestão administrativa do IBGE em Pernambuco.

Na segunda posição, está Saúde e cuidados pessoais (1,27%), seguido por Transportes (1,07%), Comunicação (0,71%), Vestuário (0,55%), Artigos de residência (0,48%), Habitação (0,29%) e Alimentação e bebidas (0,15%).

Em fevereiro, os três produtos ou serviços com aumento mais expressivo no IPCA da Região Metropolitana do Recife foram abacaxi (20,17%), cenoura (15,06%) e tomate (13,36%). Na sequência, estão itens relacionados à educação: creche (13,31%), pré-escola (11,38%), ensino médio (10,66%), ensino fundamental (10,65%) e ensino superior (10,50%).

Já os produtos/serviços com maiores reduções no preço no mês passado foram a cebola foram as passagens aéreas (-16,45%), a batata-inglesa (-12,48%), a cebola (- 11,97%), a laranja-pera (-11,87%) e o cheiro-verde (-10,13%).

IPCA NO BRASIL

Oito dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram altas em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As famílias gastaram menos apenas com Vestuário, -0,24%, uma contribuição de -0,01 ponto porcentual para o resultado geral.

No grupo Vestuário, houve quedas nas roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%), e joias e bijuterias (-0,72%).

Na direção oposta, houve elevação de gastos com os grupos Alimentação e Bebidas (0,16%, impacto de 0,04 ponto porcentual), Transportes (0,37%, impacto de 0,07 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (1,26%, impacto de 0,16 ponto porcentual), Despesas Pessoais (0,44%, impacto de 0,04 p.p.), Educação (6,28%, impacto de 0,35 p.p.), Habitação (0,82%, impacto de 0,13 p.p.), Comunicação (0,98%, impacto de 0,05 ponto porcentual) e Artigos de Residência (0,11%, impacto de 0,01 ponto porcentual).

A alta de 0,84% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em fevereiro foi a menor taxa para o mês desde 2020, quando subiu 0,25%.

No mês de fevereiro de 2022, o IPCA tinha sido de 1,01%. No primeiro bimestre de 2023, a taxa acumulada pela inflação ficou em 1,37%, de acordo com o IBGE.

A taxa em 12 meses passou de 5,77% em janeiro para 5,60% em fevereiro. O resultado foi o mais baixo desde fevereiro de 2021, quando estava em 5,20%.

A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%.

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