O brasileiro bebeu mais de 15 bilhões de litros de cerveja em 2022. Esse volume coloca o País em terceiro lugar no ranking dos maiores produtores da bebida no mundo. Acompanhando essa escalada no consumo, o Grupo Heineken vai investir R$ 1,2 bilhão para triplicar a produção da sua fábrica em Igarassu.
Nesta quinta-feira (4), executivos da cervejaria estiveram no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, para anunciar o investimento em Pernambuco, junto com a governadora Raquel Lyra e secretários de Estado. O CEO da Heineken no Brasil, Mauricio Giamellaro, adiantou que a estratégia é aumentar a produção das marcas Amstel e Devassa puro malte.
"Nossa grande plataforma de crescimento no Brasil foi lançada quando a gente se posicionou, lá atrás, com a primeira cerveja puro malte e, naquele momento, transformou o mercado de cerveja no Brasil. Isso gerou uma demanda nova e criou um segmento basicamente novo naquele momento, que saiu de uma participação de 3% para quase 30%. Estamos felizes por ter a cerveja preferida neste segmento premium no País. Este investimento vem entregar capacidade produtiva dessa categoria de cerveja ao consumidor brasileiro", destaca Giamellaro.
A categoria puro malte começou a avançar no Brasil depois que o consumidor descobriu que o milho entrava na composição de ingredientes da cerveja e que, portanto, ela não era puro malte. Com o início da produção, as vendas cresceram de 85% entre 2015 e 2020.
O vice-presidência de sustentabilidade e assuntos corporativos do Grupo Heineken, Mauro Homem, explica a escolha da Devassa e da Amstel como os produção que terão aumento da produção em Igarassu. "São duas marcas que ativam muito bem no Norte e Nordeste do Brasil e a categoria puro malte tem sido um grande alicerce do nosso crescimento. Amstel e Devassa são as duas marcas mais bem posicionadas do nosso portfólio no segmento", reforça.
O CEO do Grupo Heineken explica que o investimento para triplicar a produção está alinhado com a busca pela eficiência e com o fato de a fábrica já ter alcançado o topo da capacidade de fabricação, enquanto o consumo continua subindo. "A unidade de Pernambuco atende os mercados do Norte e Nordeste mas, em períodos de sazonalidade, nada impede que a produção seja destinada para abastecer o Sudeste", sugere.
A Heineken não revela o consumo de cerveja de Pernambuco, mas aponta que o Estado está no TOP 5. "Pernambuco está entre os cinco maiores consumidores de cerveja premium do Brasil, aproximando-se de Estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais", compara Giamellaro.
O Grupo Heineken estima que o investimento de R$ 1,2 bilhão na fábrca de Igarassu vai gerar mil empregos. Desse total, 700 serão na construção e 130 na operação da fábrica, além de outros 7.600 indiretos. A expectativa é inaugurar a fábrica até o final de 2024.
A governadora Raquel Lyra (PSDB) comentou a importância do investimento para a economia do Estado. "Esse investimento é importante para que Pernambuco possa crescer sem deixar ninguém para trás. A gente tem dialogado com diversos segmentos empresariais, daqueles que já têm negócios no Estado, e daqueles que ainda podem vir para poder garantir que o nosso povo possa voltar a ter empregabilidade, emprego e renda no Estado", afirma.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, destacou o novo ciclo de crescimento do polo de bebidas de Pernambuco, um dos mais tradicionais da economia local. “Na contramão da crise, vemos os grandes players do setor, como a Heineken, anunciando investimentos em ampliação da produção no Estado, o que evidencia a resiliência do setor, a atratividade de Pernambuco como ambiente de negócio e a sua posição estratégica privilegiada para o atendimento dos mercados do Norte e Nordeste”, avalia.
Segunda maior fabricante de cerveja do País, o Grupo Heineken não quer ser reconhecido apenas como uma cervejaria. "Não temos interesse em ser a maior grupo do Brasil, queremos contribuir para um mundo melhor", destaca Giamellaro.
A fábrica de Igarassu terá um conceito de sustentabilidade, com projeto de redução de 30% no consumo de água em 3 anos, com energia 100% renovável e com um incremento de 45% na linha de retornáveis.
"A fonte de energia térmica é importante para nossa eficiência energética e vamos utilizar duas fontes de energia para este investimento. Uma é a biomassa, a gente usa madeira energética para geração de energia térmica e a segunda é o próprio biogás gerado pelo tratamento de efluentes, que entra no proceso de combustão na caldeira e gera toda a energia que a gente usa para a cervejaria", explica Mauro Homem.