BANCO CENTRAL

Campos Neto afirma que, em termos de adoção, não há sistema igual ao Pix no mundo

No início da implantação do Pix, a expectativa era que entre 10 milhões a 20 milhões de pessoas aderissem ao sistema ao longo dos três primeiros meses, mas que esse número foi alcançado em três semanas

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Estadão Conteúdo

Publicado em 22/04/2024 às 15:35
Campos Neto afirma que não há sistema igual ao Pix no mundo - Marcello Casal JrAgência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 22, que, em termos de adoção, não há um sistema igual ao Pix no mundo. Ele disse que no início da implantação do Pix, a expectativa era que entre 10 milhões a 20 milhões de pessoas aderissem ao sistema ao longo dos três primeiros meses, mas que esse número foi alcançado em três semanas.

"Na semana passada, tivemos um dia em que bateu 201 milhões de transações", acrescentou Campos Neto, em evento da Legend Capital, em São Paulo.

Considerando o número de bancarizados no País, esse número indica mais de uma transação por pessoa por dia, calculou. "É quatro vezes maior per capita do que na Índia, que tem um sistema mais antigo que o nosso."

Importância da aprovação da PEC da autonomia para a agenda de inovação

O presidente do Banco Central afirmou ainda que a agenda de inovação do Banco Central está andando mais devagar, por falta de investimento, e voltou a defender a importância da aprovação da PEC da autonomia do BC.

"O orçamento foi sendo cortado, cortado e cortado", disse o banqueiro central, que afirmou que o orçamento de investimento da autarquia esse ano é de R$ 15 milhões, um quinto do que era há cinco anos. "Chega uma hora que a gente fala: Como vamos conseguir fazer rodar o Pix?", acrescentou.

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Campos Neto defendeu que os demais bancos centrais do mundo que têm agendas mais progressistas ou que inovam já têm a dimensão da autonomia financeira administrativa. "Por isso temos defendido tanto esse tema da PEC 65, que é para poder levar o BC para o caminho que possa continuar levando à modernização."

No Brasil, ponderou, a questão não é nem de autonomia financeira do BC, e sim de modernização. "Lembrando que 92% dos BCs do mundo que têm autonomia operacional, têm também financeira e administrativa. Então só estamos fazendo uma coisa parecida com o resto do mundo", emendou.

Campos Neto reiterou que a PEC 65 não é um projeto dele e que a autonomia só começaria a valer em 2025, quando não será mais presidente do BC. "Acredito que vai atingir em algum momento maturidade para aprovar."

Marketplace de finanças

O presidente do Banco Central voltou a afirmar que é possível que no futuro exista um marketplace de finanças, uma espécie de superapp, com vários serviços no mesmo aplicativo. "Não sabemos ainda, o mundo privado está desenvolvendo", disse Campos Neto, que frisou que a ideia é que a experiência assuma uma regra de três cliques. "A ideia é que se você tem a custódia de ações em um banco, pode receber a mensagem de outro banco dizendo: Se você transferir a custódia, terá um preço mais barato. Tudo que você precisa naquele ambiente digital é que a experiência não passe de três cliques, essa é nossa regra."

Campos Neto reiterou que o objetivo do Open Finance era gerar comparabilidade e portabilidade em tempo real, e que já há resultados contabilizados.

 

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