Inflação desacelera, mas segue pressionada com preços altos dos alimentos
A alta de 0,16% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em janeiro foi o resultado mais brando para o mês na série histórica

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou janeiro com alta de 0,16%, ante uma elevação de 0,52% em dezembro de 2024, informou na manhã desta terça-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi idêntico à mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. O intervalo das previsões ia de alta de 0,05% a 0,24%, com mediana positiva de 0,16%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,56%, de acordo com o IBGE, resultado também idêntico à mediana das projeções, que iam de 4,31% a 4,64%.
A alta de 0,16% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro foi o resultado mais brando para o mês de toda a série histórica iniciada na implementação do Plano Real, em 1994, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos os meses, o IPCA de janeiro foi o mais brando desde agosto de 2024, quando houve deflação de 0,02%.
Apesar dessa desaceleração, os preços de grupos como Transportes, com alta de 1,30% e 0,27 ponto percentual (p.p.), seguido do grupo Alimentação e bebidas (0,96% e 0,21 p.p.). O grupo Habitação, com queda de 3,08% e -0,46 p.p. de impacto contribuiu para conter o índice do mês.
A explicação para a desaceleração do IPCA é o Bônus Itaipu, desconto que milhões de brasileiros tiveram na conta de luz do mês passado. O grande responsável pelo alívio da inflação veio do subitem energia elétrica residencial, que ficou 14,21% mais barata. Esse recuo representou impacto de 0,55 ponto percentual (p.p.) no resultado do mês. A redução é a menor desde fevereiro de 2013, quando tinha caído 15,17%.
Transportes e alimentos
Na outra ponta da inflação, estão os preços dos alimentos e dos transportes, que pressionaram o índice para cima. Os transportes subiram 1,3%, um impacto de 0,27 p.p. Os vilões foram os preços das passagens aéreas, que aumentaram 10,42% e ônibus urbano (3,84%). As tarifas de ônibus tiveram reajustes em sete das 16 localidades pesquisadas pelo IBGE.
Os alimentos e bebidas tiveram alta de 0,96%, a quinta seguida. Esse grupo contribuiu com 0,21 p.p. do IPCA de janeiro. As maiores pressões entre os subitens alimentícios vieram do café moído (8,56% e impacto de 0,04 p.p.), tomate (20,27% e 0,04 p.p.) e cenoura (36,14% e 0,02 p.p.).
O preço do café, subitem alimentício que mais pressionou para cima a inflação, deve manter o preço em alta, de acordo com produtores.
Difusão
Em janeiro, o índice de difusão ficou em 65%, o que significa que 65% dos 377 produtos e serviços pesquisados tiveram aumento de preços. Em dezembro de 2024, o índice tinha sido de 69%.
INFLAÇÃO NO RECIFE
Em janeiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo recuou para 0,12%, em relação a dezembro de 2024, quando se registrou uma alta de 0,34% na Região Metropolitana do Recife. Essa é a menor variação mensal desde agosto de 2024 e abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado (0,63%). Com isso, o acumulado em 12 meses recuou para 3,83%, contra 4,46% em dezembro de 2024.
No que diz respeito à variação mensal em comparação às demais 16 regiões pesquisadas, a RMR teve a 8a maior alta de preços em janeiro, sendo o maior crescimento da inflação medida pelo IPCA verificado em
Aracaju/SE e a menor no Rio Branco/AC.
Os preços dos itens cebola (37,03%), cenoura (36,05%) e tomate (29,61%) foram os que mais aumentaram no mês em relação a dezembro do ano passado na RMR. Enquanto as maiores quedas foram da batata-
inglesa (-16,34%), da energia elétrica residencial (-14,15%) e da laranja-pera (-6,44%).