O cortejo fúnebre do lendário Diego Maradona saiu da Casa Rosada rumo ao cemitério, na periferia noroeste de Buenos Aires, após o velório público ter sido suspenso nesta quinta-feira (26) em decorrência de incidentes de torcedores que entraram nos pátios da sede do governo.
Maradona morreu na quarta-feira (25) aos 60 anos de parada cardíaca e seus restos mortais foram velados na Casa Rosada, por decisão da família. Por quase 10 horas, milhares de pessoas passaram por seu caixão, mas quando foi anunciado o encerramento próximo da despedida, os distúrbios começaram.
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Um pouco antes, uma fonte do governo informou à AFP que Claudia Villafañe e as filhas de Maradona participaram de um velório íntimo com o caixão aberto, para um último adeus, antes de sua retirada da Casa Rosada.
A decisão de fechar o velório foi tomada depois que torcedores invadiram os pátios internos da Casa Rosada, obrigando a retirada do caixão da capela, enquanto nas ruas a polícia enfrentava torcedores do ídolo argentino.
A transferência do caixão ocorreu logo após as autoridades anunciarem a prorrogação por três horas do velório do '10', que foi finalmente suspenso.
A princípio, havia sido agendado um velório de 10 horas a pedido da família e, diante do grande fluxo de pessoas, decidiu-se por sua prorrogação, mas os incidentes reverteram a decisão.
O município de San Miguel, onde se encontra o cemitério particular onde serão enterrados os restos mortais do campeão mundial do México em 1986, anunciou em nota que o sepultamento será exclusivo para familiares.E indicou que nos próximos dias será avaliada a organização de visitas em grupo abertas ao público.
Em várias ruas do centro de Buenos Aires, próximo à sede do governo, a polícia reprimiu com balas de borracha e gás lacrimogêneo torcedores que atiraram garrafas e pedras.
O tumulto iniciou quando a polícia tentou limitar a fila de pessoas duas horas antes do fim do velório, de acordo com o horário inicialmente agendado.
Os incidentes forçaram o prolongamento do velório por três horas até às 19h locais (18h Brasília), mas a confusão contribuiu para os distúrbios que a polícia reprimiu de forma desordenada, gerando debandadas generalizadas.
Muitas pessoas, acreditando que o cortejo fúnebre passaria pela Avenida 9 de Julho permaneceram no local, e também foram reprimidas em um clima de caos que incluiu reações violentas contra a polícia.
Imagens da televisão mostraram feridos por balas de borracha e detidos, embora não haja informações oficiais.
Apesar do fechamento das portas da Casa Rosada, centenas de torcedores lotaram a Praça de Maio e alguns escalaram as grades que protegem a sede do governo, a espera da saída do cortejo fúnebre.
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