O lateral-esquerdo ucraniano do Manchester City Oleksandr Zinchenko declarou neste sábado à BBC que se não fosse pai de uma menina teria decidido ir ao seu país lutar na defesa contra a invasão russa.
Vários astros do esporte em atividade e aposentados, como o campeão mundial de boxe peso pesado Oleksandr Usyk, pegaram em armas. "Para ser honesto, se eu não tivesse minha filha, minha família, eu estaria lá", disse o jogador de 25 anos.
"Tenho muito orgulho de ser ucraniano e serei para o resto da minha vida (...) Conheço meu povo, a mentalidade do povo do meu país. Eles preferem morrer e vão morrer, mas nunca vão desistir", acrescentou o jogador numa entrevista concedida à rede de televisão britânica, na véspera do derby de Manchester, pela 28ª rodada da Premier League.
Zinchenko contou como viveu a noite em que começou a invasão da Ucrânia. "Minha esposa me acordou e ela estava chorando. Estava em choque. Ela me mostrou os vídeos, as fotos do que está acontecendo agora na Ucrânia", explicou ele. "A coisa mais próxima ao sentimento que eu tive é talvez quando um membro da família morre. Você sabe, aquela sensação de se sentir muito mal dentro de você. Mas foi pior, eu não fiz nada além de chorar", acrescentou.
Zinchenko, que jogou durante um ano e meio no clube russo Ufa antes de assinar com o Manchester City, lamenta o silêncio dos jogadores russos. "Fiquei surpreso que ninguém, nenhum deles" se manifestou contra a invasão, disse ele.
"A maioria joga na seleção e tem muitos seguidores no Instagram, Facebook, etc. Poderiam pelo menos fazer alguma coisa para parar com essa guerra, porque as pessoas os ouvem (...) mas não fazem, fazem como se não existisse (a situação). Não sei por quê", acrescentou.