Do Estadão Conteúdo
Três dias após o funeral de Pelé, o seu filho Edinho deu uma entrevista coletiva em Londrina, onde reassumiu quarta-feira o cargo de técnico do time principal da cidade paranaense. Com os olhos avermelhados e em um tom emocionado, ele fez um resumo de tudo que envolveu os últimos meses e dias de vida do ‘Rei do Futebol’.
Edinho voltou a elogiar o carinho recebido por todos, principalmente a torcida santista, minimizou as criticadas ausências de algumas personalidades do futebol e ressaltou que agora, com 52 anos, se vê na obrigação de honrar o nome do pai e da família.
"Agora sem o meu pai eu me sinto revigorado, porque sinto que a energia dele está em mim. Isso me dá uma motivação incrível nesta batalha para honrar o nome da família. Até mesmo de tentar revolucionar o futebol do nosso País", disse Edinho, que, curiosamente, nasceu (27 de agosto) 66 dias após a conquista do tricampeonato mundial por Pelé e seus companheiros, ocorrida em 21 de junho no México. "Quero realizar os meus objetivos pessoais dentro do futebol e tenho certeza de que isso vai trazer muita alegria para ele, onde estiver."
Apesar da insistência de perguntas sobre muitas ausências importantes, como dos pentacampeões mundiais em 2002, Edinho optou por elogiar o lado positivo e de todas homenagens recebidas por Pelé na última semana. A estimativa é de que 230 mil pessoas foram ao velório público realizado na Vila Belmiro durante 24 horas.
"Prefiro elogiar e valorizar as pessoas que foram à Vila Belmiro Nossa família tem gratidão e carinho pelas pessoas. Foram 24 horas de uma fila interminável, que jamais parou, uma coisa incrível e que ficou marcada na minha memória. Aquele povo todo gritando e reverenciando o nome dele. Eu me senti privilegiado e honrado por representar a família nesta despedida."
Edinho foi bastante polido ao comentar sobre as ausências de pessoas tão esperar, como o próprio Neymar, revelado no Santos, e que seguiu treinando no Paris Saint-Germain, da França. Ou os pentacampeões mundiais, como Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Kaká.
"A gente entende a falta destas pessoas que não puderam ir lá em Santos. Agora é uma época complicada do ano para viajar e ninguém tinha se programado para esta despedida. É bem compreensível e tenho certeza de que, independentemente de ter ido ou não na despedida final, havia muito carinho, amor e respeito de todos. Nossa família não sentiu isso, que viralizou na internet."
Edinho fala agora em ‘seguir em frente’. Pela primeira vez ele vai comandar um time profissional. Depois de dirigir o sub-20, Edinho ganhou a chance de assumir o comando dos profissionais. A sua estreia vai acontecer dia 15 diante do Azuriz, pelo Campeonato Paranaense. "O trabalho me deixa feliz e me preenche como um ser humano. Vivo o futebol com paixão e me serve como um remédio. Agora vou ter foco total nesta minha missão."
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