Brasil derrota Japão no basquete e conta com ajuda de rivais para avançar na Olimpíada

A última vez que o Brasil disputou o mata-mata do basquete em uma Olimpíada foi em Londres-2012. O time foi eliminado pela Argentina nas quartas

Publicado em 02/08/2024 às 19:16

O Brasil venceu o Japão por 102 a 84 na terceira e última rodada do Grupo B do basquete masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 e contou com resultados favoráveis em outras partidas para assegurar sua vaga nas quartas de final. Com o resultado, em dia inspirado de Bruno Caboclo, a seleção confirmou a terceira posição, atrás de França e Alemanha. E, horas após sair de quadra, confirmou a classificação graças a vitória da Grécia sobre a Austrália por 77 a 71.

A seleção brasileira confirmou a terceira posição do Grupo B, com 4 pontos, atrás de França e Alemanha, já classificadas. O saldo de pontos marcados, que era 25 negativo subiu para 7 negativo. Esse é o critério que desempata a disputa entre os melhores terceiros colocados - dos três, dois avançam.

A última vez que o Brasil disputou o mata-mata do basquete em uma Olimpíada foi em Londres-2012. O time foi eliminado pela Argentina nas quartas de final e ficou em quinto na classificação geral. No Rio-2016, a eliminação foi na fase de grupos. Em Tóquio, disputado em 2021, a seleção não conseguiu se classificar. O Brasil tem cinco medalhas no basquete olímpico. São três bronzes no masculino (Londres-1948, Roma-1960 e Tóquio-1964) e uma prata (Atlanta-1996) e um bronze (Sydney-2000) no feminino.

Nesta sexta, o Brasil foi liderado por Caboclo, em sua melhor atuação nesta Olimpíada, com um "double-double" de 33 pontos e 17 rebotes. "Representar a seleção, acho que é um sentimento que é difícil de explicar, acho que só estando aqui mesmo para saber. E jogar a Olimpíada é um patamar que todo atleta quer estar, é o maior palco do esporte. É muito gratificante estar aqui, e pode ser também uma oportunidade única, não sei quantas vezes eu vou jogar, alguns já jogaram três e eu to muito feliz em participar da minha primeira", comentou o jogador.

Sob a liderança de Caboclo, o Brasil começou inspirado. A equipe parecia não cair na pressão do desafio que encarava. Mesmo com o Japão abrindo o placar, o time brasileiro buscou rapidamente a virada e não deixou de liderar a partida. Com a necessidade de saldo, o Brasil buscava arremessos de três pontos, o que vinha funcionando. A vantagem era boa, mas longe do necessário, no final do primeiro quarto, que finalizou 31 a 20.

O Japão encostou no começo do segundo quarto. O Brasil não conseguia recuperar os rebotes na defesa. O técnico Aleksandar Petrovic precisou pedir tempo para corrigir o time.

As instruções funcionaram e a seleção brasileira conseguiu melhorar na defesa, forçando que os japoneses arriscassem arremessos de longe. Assim foi possível aumentar a margem do placar, que chegou a 50 a 36 para o Brasil.

Ao final do primeiro tempo, os brasileiros venciam por 55 a 44, mesmo que o segundo quarto tenha terminado empatado por 24 a 24. A equipe mostrava resiliência após dois jogos ruins. A média de pontos do time, nas partidas anteriores, havia sido menor que 70.

A busca por arremessos de três pontos foi refletida na estatística. O Brasil fechou a primeira etapa com aproveitamento de 85% nesses lances, convertendo 11 dos 13 arremessos.

Bruno Caboclo conseguiu assumir o protagonismo que lhe é esperado, no começo da partida, após ter sido eliminado contra a Alemanha. Ele terminou o primeiro tempo com 15 pontos. Ainda assim, o time mostrou não depender apenas do camisa 51 e jogou sem ele em bem boa parte do segundo quarto.

O armador Marcelinho Huertas, de 41 anos, saiu de quadra mancando no primeiro tempo. Ele sentia o mesmo tornozelo que já havia sido problema em jogos anteriores. A apreensão foi substituída por um ponto e uma assistência logo na volta para o segundo tempo.

O recomeço de jogo mostrou o Brasil mais focado. Com intensidade, o quinteto composto por Caboclo, Raulzinho, Gui Santos, Leo Meindl e Marcelinho chegou a 16 pontos de vantagem. Uma pedra no sapato foi o pivô Josh Hawkinson. O japonês nascido em Seattle, nos Estados Unidos, converteu cinco arremessos de três pontos no segundo tempo.

Na ausência de Rui Hachimura, estrela do Los Angeles Lakers que sofreu uma lesão na panturrilha esquerda, Yuki Kawamura assumiu o protagonismo da equipe japonesa.

O foco foi perdido, e a seleção perdeu o controle emocional com marcações de faltas. O Japão aproveitou e diminuiu a vantagem para apenas dois pontos. O terceiro quarto foi dos japoneses, por 24 a 22. A seis minutos do final do jogo, a vantagem brasileira era cinco pontos. Nesse momento, importava mais garantir a vitória, embora ainda fosse necessário fazer saldo. Diante de um aguerrido Japão, o Brasil fez o jogo que deveria ter feito desde o começo da Olimpíada.

 

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