Leilão

Presidente admite possibilidade do Náutico perder a garagem de remo

Náutico foi intimado a leiloar o prédio utilizado como garagem do departamento de remo para pagamento da ação movida pelo técnico Givanildo Oliveira

Fernando Castro
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Fernando Castro
Publicado em 25/06/2020 às 18:01 | Atualizado em 25/06/2020 às 18:03
Google Street View / Reprodução
Garagem de remo é um dos patrimônios históricos do Náutico. - FOTO: Google Street View / Reprodução

Pouco mais de um mês depois da 5ª Vara do Trabalho do Recife intimar o Náutico a leiloar o prédio utilizado como garagem do departamento de remo para pagamento da ação movida pelo técnico Givanildo Oliveira, o presidente Edno Melo admitiu grande possibilidade do clube perder o patrimônio. De acordo com o mandatário alvirrubro, além do caso do treinador em que o clube deve pagar R$ 517.829,86, existem mais de 20 ações movidas por ex- jogadores com valores mais altos.

"O caso de Givanildo (Oliveira) é apenas um dos que envolvem a garagem do remo. São mais de 20 casos com valores bem mais altos, como os de Martinez, (Ricardo) Berna, Jean Rolt, Maranhão... são várias ações e situações que o Náutico não vai ter como fazer esse tipo de acordo. Eu realmente lamento muito que a gente tenha que passar por uma situação de perder um patrimônio, mas eu não vejo uma saída próspera para a garagem de remo do Náutico", revelou o presidente Edno Melo, em entrevista ao repórter Antônio Gabriel, da Rádio Jornal.

Localizado na Rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro, a garagem de remo do Náutico foi avaliada em R$ 3.288.000,00. De acordo a intimação judicial, o leilão será realizado de maneira remota, com a sessão virtual marcada para o dia 20 de julho, às 9h. Caso não haja arrematante, um segundo leilão será realizado no dia 11 de agosto, no mesmo horário. Na primeira ocasião, a garagem de remo será leiloada com um lance mínimo estipulado em 60% do valor do bem e 40% no segundo momento.

Sem enxergar uma solução mais viável para a situação, Edno Melo explicou que o Náutico não tem condições de fazer fazer acordos por não conseguir cumpri-los devido aos valores elevados das ações. "Estou sendo muito sincero para que o torcedor entenda que a gente não tem como fazer um parcelamento e uma proposta fora da realidade que o clube vive hoje, para depois não pagar e dobrar a causa. É o que vinha sendo feito antes, por isso que muitas causas estão chegando a R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões", explicou o presidente do Náutico.

GIVANILDO OLIVEIRA

Responsável por comandar o Náutico durante a etapa final da Série B de 2016, o técnico Givanildo Oliveira acionou o clube na Justiça do Trabalho no ano seguinte cobrando salários atrasados. Em junho de 2017, durante audiência, as duas partes não entraram em acordo e o valor da causa aumentou por conta das multas. Hoje com dívida avaliada em mais de R$ 517 mil, o departamento jurídico do Timbu tem mais um problema para resolver em meio à pandemia do novo coronavírus e a paralisação do futebol.

"Eu lamento o caso de Givanildo. É um profissional que trabalhou e deveria ter recebido os seus salários e as verbas trabalhistas. Mas não adianta ficar acusando quem fez ou deixou de fazer, quem está devendo é o Náutico e temos que resolver e administrar da melhor maneira possível... A gente não tem condições de fazer uma proposta e pagar R$ 500 mil a Givanildo. O Náutico não tem de onde tirar, não adianta prometer, fazer um acordo e não cumprir. Não se pode fazer um acordo para se livrar do problema na gestão e depois o problema volta muito pior", disse Edno.

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