Assim como já vem sendo debatido entre os profissionais que militam e trabalham no futebol, sobre as consequências da pandemia do novo coronavírus no mundo esportivo, o técnico do Santa Cruz, Itamar Schulle, acredita que algumas mudanças devem ocorrer na maneira de ser fazer futebol diante dessa dura realidade que está sendo conviver com o covid-19, com as cifras que movem o esporte caindo consideravelmente.
"Temos de aproveitar esse tempo para refletir também. Pra mim, o futebol deve voltar diferente. Não vai voltar igual a antes. Jamais será igual. Na minha opinião, o futebol volta diferente porque é uma indústria que move milhões de investidores, dinheiro. É raro o clube que tem reserva financeira pra passar esse período (ileso). É raro. Ouvi uma frase em uma entrevista, na semana retrasada, que 70% a 80% das receitas dos clubes vêm da TV (cotas de televisionamento), que é o entretenimento para o torcedor. O futebol é um pouco fora da curva, mas, o time gigante como o Real Madrid... Eles vão voltar, mas não voltam mais gigantes. Vou usar as palavras que escutei: 'Após essa pandemia, os times grandes vão voltar médios; aquele clube médio vai voltar pequeno; e a equipe pequena não sabemos quantos vão sobreviver (a essa crise) e quantos vão desaparecer', pois tudo é baseado em dinheiro", declarou Itamar Schulle.
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Para o comandante coral, é inadmissível cogitarem a volta do futebol sem a presença do torcedor nas arquibancadas. "Se o futebol tiver de voltar, a princípio, sem torcedor, que não volte. Porque se o futebol não está liberado para o torcedor, como pode está sendo liberado para os demais profissionais que trabalham numa partida, como vocês da imprensa, nos que trabalhamos em campo, os atletas... Todos estamos correndo o risco também", comentou.
REDUÇÃO SALARIAL
Sobre a possibilidade de, após a pandemia do novo coronavírus, os salários de jogadores e treinadores, a nível mundial, caiam abruptamente, Itamar Schulle acredita que isso deve acontecer. "Creio que sim (que vai haver redução). Mas é preciso ter embasamento, saber como será feito isso. Uma coisa é diminuir salário de jogadores e treinadores de uma equipe gigante, outra coisa é diminuir de uma equipe grande. Outra é reduzir salários de uma equipe média e outra é de um time com o pequeno orçamento, que já ganha pouco, como diminuir desses jogadores? Vai fazer como? Temos de ter cuidado quanto a isso. Vejo que vão ocorrer mudanças, até porque todas as classes serão afetadas, não só no futebol, mas em toda economia mundial", ressaltou o treinador do Santa Cruz.
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