Desde que chegou ao Santa Cruz em 2018, Pipico virou o xodó da torcida coral. Com 33 gols em 68 partidas pelo clube, o atacante vive a fase mais goleadora da carreira. Apesar da boa média, o jogador não é isento de críticas dos torcedores, sendo algumas vezes chamado de ‘’pipoqueiro’’ por parte da torcida (termo usado no futebol para quem não chama a responsabilidade em duelos importantes) pelo fato de ter passado em branco em alguns jogos decisivos que disputou com o Tricolor do Arruda. A má atuação no jogo contra o Vila Nova e a derrota, pelo quadrangular final da Série C, fez essa bronca dos tricolores voltarem no calor do momento.
Cobrança da torcida e contraponto
As reclamações direcionadas a Pipico se referem, principalmente, aos confrontos contra o Operário-PR e Salgueiro. O confronto diante do time paraense foi durante o mata-mata da Terceira Divisão, ainda com um formato diferente, em que o Santa Cruz teve a vantagem revertida de maneira fácil. Após vencer por 1 x 0 (gol do lateral Vítor) como mandante, o duelo fora de casa terminou com derrota por 3 x 0 e, na ocasião, o fim do sonho do acesso.
Já os jogos contra o Carcará aconteceram nas finais do Campeonato Pernambucano 2020. A pouca participação do atacante nas duas partidas também foi alvo de questionamentos. Em 2019, quando o clube foi eliminado na primeira fase da Série C, após derrota por 3 x 1 para o rival Náutico na última rodada, Pipico estava com uma lesão na panturrilha, além de um pênalti perdido na semifinal do Estadual deste ano e durante as penalidades máximas contra o Confiança-SE pela Copa do Nordeste.
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Em contrapartida, Pipico foi decisivo na classificação na Copa do Brasil diante do ABC-RN no ano passado. Com a desvantagem no agregado, depois da derrota por 1 x 0 na ida, o atacante marcou dois dos 3 x 0 no jogo da volta. Ainda nesta competição, o jogador apareceu para marcar no duelo contra o Fluminense. Apesar da eliminação nos pênaltis, o jogador levou os torcedores corais ao delírio no segundo gol do Santa Cruz.
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Na atual temporada, a recordação dos tricolores são os dois gols no Clássico das Multidões, na Ilha do Retiro, no jogo que marcou a volta do futebol em Pernambuco, que fizeram o Sport disputar o quadrangular do rebaixamento do campeonato estadual. Esses tentos fizeram justamente os torcedores rebater quem chama Pipico de ‘’artilheiro dos gols inúteis’’.
Jejum de gols na Série C
Em meio a essa cobrança, o atleta aumentou a seca de gols e que já dura desde o duelo contra o Imperatriz-MA no dia 31 de outubro. Vale lembrar que o atleta testou positivo para a covid-19 e ficou fora de duas partidas da primeira fase do Campeonato Brasileiro. Caso contrário, o jejum seria de sete e não cinco partidas. Mesmo sendo titular absoluto, Pipico precisa lidar com as dúvidas de parte dos torcedores para dar a volta por cima.
O jogador sabe da responsabilidade que tem, mas afirmou que não pode fazer tudo sozinho e depende também dos companheiros para fazer os gols necessários ao Santa Cruz. Além disso, na partida diante do time goiano, citou que a forte marcação sobre ele abre espaços para os atacantes de lado, que atuam nas pontas direita e esquerda do campo.
‘’Como eles dependem de mim, também dependo deles, e isso faz com que a gente cresça cada vez mais. Já esperava essa marcação mais forte, é normal. Isso acaba facilitando para os meus companheiros de ponta como os do meio que estão chegando. Independente de estar fazendo gol ou não, estou pronto para ajudar e dar o meu melhor para sair com o resultado positivo e colocar o Santa Cruz na ponta de cima da tabela’’, afirmou Pipico.
Mudança de postura
Tanto Pipico quanto os demais atletas do elenco irão precisar superar as dificuldades rapidamente para manter a Cobra Coral na briga pelo acesso para o Campeonato Brasileiro da Série B. O próximo confronto diante do Ituano-SP, marcado para o sábado (26), às 19h, no Estádio Novelli Júnior, é considerado de vida ou morte.
O atacante, inclusive, afirmou que os jogadores do clube pernambucano terão uma postura diferente no duelo contra o time paulista. Já o presidente Constantino Júnior admitiu que o grupo foi cobrado para mostrar mais disposição e acredita que os salários atrasados não refletem no desempenho dentro de campo.
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