ELEIÇÕES NO SPORT

Pré-candidato à presidência, Eduardo Carvalho dispara: 'É o maior escândalo político da história do Sport'

Eduardo Carvalho fez duras críticas direcionadas para a atual gestão do Sport, afirmando que o grupo, que 'comanda o clube há 60 anos', está fazendo de tudo para não sair da Ilha do Retiro

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Lucas Holanda

Publicado em 29/01/2021 às 12:17 | Atualizado em 29/01/2021 às 12:18
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Os bastidores políticos para as eleições do Sport seguem fervendo. Isso porque o advogado e pré-candidato à presidência Eduardo Carvalho afirmou, em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, que 'é o maior escândalo político da história do Sport', numa critica direcionada a forma como a atual gestão do clube está lidando com as eleições, que inicialmente estavam marcadas para dezembro, mas após a autorização do Conselho Deliberativo foram transferidas para após o término da Série A e, agora, estão agendadas para o dia 5 de março, pouco depois do fim da Primeira Divisão.

"É um escândalo. É o maior escândalo político da história do Sport. Não há precedentes para o que está sendo feito por esse grupo de pessoas que há 60 anos comandam a Ilha do Retiro e não querem largar esse comando. Estão fazendo de tudo, de forma debochada e cínica. Você ter uma liminar judicial, que está sendo flagrantemente desrespeitada sem que se dê nenhuma satisfação ao Juiz e sócios e sócias do Sport, é um verdadeiro escândalo. Sem precedentes. É um negócio inacreditável, uma verdadeira pachorra anunciar uma eleição presencial, calçada num protocolo que existe desde dezembro de 2020", disparou Eduardo Carvalho.

"As eleições foram adiadas porque o Conselho entendeu, segundo um parecer apresentado, que existia uma Lei Federal impedindo que as eleições de forma presencial. Eu disse que era mentira e provei. Disseram que ela não poderia ser realizada porque o Governo de Pernambuco proibia eventos com mais de 300 pessoas, eu provei que era mentira. Juntei o protocolo do Governo Estadual, comprovando que se seguisse o protocolo as eleições poderiam ser realizadas. Aí disseram que não, que teria ser de forma virtual, mas disseram que era uma fortuna. Eu provei que não era, custava R$ 60 mil e em dez dias o sistema estaria pronto. Aí eles confessaram que o sistema do Sport estava desmantelado, e que era necessário contratar duas empresas de informática, que cobrariam uma fortuna, mas eles nunca dizem quanto é essa fortuna, e que demoraria dois meses para que o sistema estivesse apto, daí a razão do adiamento para março", completou.

DÚVIDA DE QUE AS ELEIÇÕES VÃO ACONTECER NO DIA 5 DE MARÇO

Sobre as eleições no dia 5 de março, Eduardo Carvalho está em dúvida se o pleito realmente vai acontecer de forma presencial nesta data, como anunciado pela atual gestão do clube, uma vez que os casos e mortes por coronavírus estão aumentando. Por conta disso, o pré-candidato à presidência pede que os dirigentes do Sport já tenham como alternativa as eleições virtuais, que foram usadas por alguns clubes que realizaram o pleito em dezembro, como por exemplo Bahia e Internacional. "Até hoje eles não apresentaram nenhum laudo técnico e que há necessidade de dois meses para colocar esse sistema de pé. Agora, de forma debochada, a gente recebe o anúncio de que as eleições serão realizadas no dia 5 de março e que serão presenciais, de acordo com o protocolo do Governo do Estado", afirmou.

"Esse protocolo existia desde 2020. Por que as eleições não foram realizadas em dezembro e janeiro? Por que não foram marcadas para fevereiro? Todo mundo sabe que o coronavírus está na terceira, quarta onda, as coisas se agravam, então manda o bom senso, manda a boa fé e a honestidade, que o sistema de informatização para viabilizar as eleições seja viabilizado, nem que seja como plano B. Há uma manobra novamente que está sendo posta pela atual gestão, amparada por esse pessoal que há 60 anos manda e desmanda na Ilha do Retiro, e tudo faz crer, pelo que a ciência e a imprensa nos dizem, que dificilmente terá condições de realizar as eleições de forma presencial", pontuou o advogado e pré-candidato à presidência.

Ainda de acordo com Eduardo Carvalho, o atual grupo que está no Sport não tem interesse em deixar o comando da Ilha do Retiro. Por conta disso, 'trocam rostos, mas sempre botando um dos seus'. Além disso, o pré-candidato à presidência fez críticas à Milton Bivar, afirmando que o presidente pulou do barco, numa alusão ao fato de Bivar ter tirado licença da presidência do clube em novembro de 2020, o que fez Carlos Frederico, então vice-presidente, assumir à presidência do Leão.

"Você ter uma eleição, que é para ser realizada num ano, ela é sacudida para as calendas gregas (algo sem data), sob argumentos falsos e mentirosos. Dez clubes brasileiros realizaram suas eleições, menos o Sport. O presidente da atual administração saltou do barco que nem aquele comandante do transatlântico italiano. Enquanto o navio navegava em águas relativamente calmas, a cana vagueava nos salões nobres. Quando a rocha começou a se aproximar, o primeiro a pular foi o comandante. E ainda fica no Twitter maltratando os torcedores do Sport. Este pessoal, por incrível que pareça, quer permanecer no comando da Ilha do Retiro, como sempre fizeram. Trocam os rostos, mas botam um dos seus. Nada vai mudar na Ilha do Retiro se não mudar as pessoas. Não digo isso querendo desrespeitar eles, digo isso pela realidade. Nós temos os fatos na nossa frente, não encara os fatos quem não quiser", afirmou.

PRÉ-CANDIDATOS ATÉ O MOMENTO

O processo eleitoral do Sport vem sendo bem conturbado, marcado por idas e vindas, além de ações na Justiça. O Sport, aliás, entrou com uma ação para que o pleito não fosse realizado em dezembro. No momento, existem cinco pré-candidatos à presidência do Rubro-Negro. Os advogados Pedro Leonardo Lacerda, Delmiro Gouveia e Eduardo Carvalho, o economista Luiz Carlos Belém, e o ex-diretor de futebol Nelo Campos. Desses nomes, Pedro Lacerda, Delmiro Gouveia e Luiz Carlos Belém foram favoráveis ao adiamento para depois da Série A, enquanto Nelo Campos e Eduardo Carvalho defendiam eleições em dezembro.

No momento, a chapa da situação ainda não lançou o seu candidato, mas existe a possibilidade do atual diretor de futebol Augusto Caldas ser a pessoa escolhida para concorrer à presidência representando o grupo, tendo em Pedro Lacerda o seu presidente do Conselho Deliberativo, o que faria Pedro abrir mão de sua candidatura. No entanto, vale ressaltar que o martelo ainda não foi batido. As lideranças leoninas seguem conversando e devem apresentar uma definição em breve.

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