Leão

Nova promessa da base, Ewerthon ganha espaço no Sport na reta final da Série A

O prata da casa foi promovido ao profissional como lateral, mas também tem jogado de atacante

Imagem do autor
Cadastrado por

Davi Saboya

Publicado em 31/01/2021 às 7:09
Notícia
X

A vitória do Sport em cima do Bahia, no último domingo, colocou em evidência mais um prata da casa rubro-negro. Promovido como lateral-direito, o garoto Ewerthon, de 20 anos, tem sido acionado pelo técnico Jair Ventura como atacante, o famoso "ponta direita", na reta final do Brasileirão. Claro, pela falta de opções, porém, é na necessidade que os bons jogadores se destacam em campo. E, no quarto jogo realizando a função sob o comando do treinador, quase que o jovem atleta entra para história. Isso porque ele balançou a rede três vezes no clássico regional, mas os gols foram anulados.

LEIA MAIS

Jair Ventura está confiante em crescimento do Sport em fase decisiva da Série A

Lateral quer Sport mantendo a mesma postura contra o Flamengo: 'É mais uma final'

Pré-candidato à presidência, Eduardo Carvalho dispara: 'É o maior escândalo político da história do Sport'

Ex-Sport, Lucas Mugni acerta com clube da Turquia

Hernane Brocador cumpre isolamento e fica à disposição no Sport

Apesar de ainda não ter marcado o primeiro tento pelo time profissional, Everthon não escondeu felicidade e confiança no futuro da carreira. Ainda mais porque na volta do futebol após a paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus estava na lista de "jogadores negociáveis". No total, na primeira temporada pela equipe principal, disputou 13 jogos até o momento.

"Para mim, representou muito (esse jogo). Estou começando a realizar vários sonhos. Mandava mensagens para jogadores há cinco anos, agora sou eu que recebo o carinho dos garotos dizendo que são meus fãs. Estou mostrando minha qualidade e minha vontade de jogar no Sport. Uma das coisas que aprendi é que aqui pode faltar técnica, qualidade, mas não pode faltar raça. Dei o meu melhor e espero seguir ajudando a minha equipe", afirmou.

"Foi muito engraçado. Um amigo chegou para mim e brincou dizendo que, se tivesse marcado um só, não teria o mesmo reconhecimento. Só que fiquei feliz, mesmo assim, pois ajudei o meu time e sei que estou no caminho certo", completou.

Nenhuma descrição disponível.

Sobre o fato de jogar no último terço do campo, se engana quem pensa que é uma novidade para Ewerthon. Cria da base do Sport, ele chegou no clube na escolinha de society e acabou sendo promovido pelo ex-treinador da base do Leão, Júnior Câmara. O lateral-direito e atacante do Sport foi criado no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife, e precisou superar os obstáculos já nos primeiros anos da vida. Oriundo de uma família humilde e apenas ao lado da mãe Leni e o irmão Afonso, trabalhou embalando compras em um mercadinho aos 12 anos.

"Estou muito feliz por receber essa oportunidade com o professor Jair (Ventura). Ele viu em mim esse potencial de jogar de atacante. Espero poder ajudar a minha equipe cada vez mais, não só fazendo gols, mas dando carrinho e marcando também. Cheguei no sub-13 como lateral. Era muito rápido, subia para atacar e não queria mais voltar (risos). Então, me colocaram para jogar de atacante, me sai bem e fiquei. Só que quando estava no Sub-18, o lateral se machucou, Júnior Câmara perguntou se eu ainda sabia jogar lá, disse que lembrava, continuei na função e subi para o profissional de lateral", disse.

"Foi uma situação muito difícil. Não cheguei direto para o campo. Tinha que trabalhar sábado e domingo para poder pagar a minha passagem e jogar na escolinha. Minha família não tinha muitas condições. Até que em um treino, o técnico do Sub-13, Júnior Câmara, me viu em um treino, chamou para fazer um teste, fiz, passei e estou no Sport até hoje", acrescentou.

Ganhando cada vez mais chances no profissional do Sport, Ewerthon lembra do passado com bom humor e sabe que ainda tem muito que suar e conquistar no futebol. "Nunca tinha colocado uma chuteira no pé. Lá, onde moro, não tinha muito campo de grama. Quando eu cheguei aqui falaram que tinha que usar chuteira. Eu falei o que é isso? O único sapato que conhecia era o Rainha, um branco que usava até para sair. Comecei a usar e não tirava mais no pé para me acostumar", declarou.

Tags

Autor