COLUNA DO ESTADÃO

Eleições 2022: mesmo após federações, siglas têm divergências sobre apoios nos estados

Quadros do PSDB e Cidadania, por exemplo, trabalham informalmente por candidaturas antagônicas em pelo menos três estados

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Camila Turtelli

Publicado em 08/04/2022 às 7:00 | Atualizado em 15/04/2022 às 1:58
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Criadas para unificar siglas, as federações não devem garantir fidelidade partidária nos palanques estaduais. Quadros do PSDB e Cidadania, por exemplo, trabalham informalmente por candidaturas antagônicas em pelo menos três estados. A situação é vista com estranheza no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde já são esperadas disputas na Justiça sobre esse tipo de divergência. No Distrito Federal, tucanos tentam viabilizar o senador Izalci Lucas ao governo, já o Cidadania aposta em Reguffe (União) para impedir a reeleição de Ibaneis Rocha (MDB). "Izalci é muito trabalhador, mas ainda não conseguiu agregar nenhum partido à sua pré-candidatura", declarou à Coluna a deputada Paula Belmonte (Cidadania).

VANTAGEM

O estatuto da federação dá mais poder à sigla com mais representantes eleitos, o que garante vantagem ao PSDB no DF. Lá, os tucanos contam com um senador; o Cidadania, com uma deputada federal. Nesse caso, a cadeira no Senado tem peso maior.

CONCORDO EM DISCORDAR

Apesar de a norma prever consenso entre os federados, os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, admitem as divergências. Ambos estiveram na reunião com diretórios do Pará na qual deram aval às lideranças locais para apoiar pré-candidaturas rivais.

PODE DAR RUIM

Na corte eleitoral, no entanto, há um entendimento de que essas divergências, mesmo que informais, não são compatíveis com a ideia de federação, embora não esteja expressa na lei. Às siglas, é bom pensar em 2024...

EM ALTA

A diminuição da vantagem de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas ecoa também nas redes, onde bolsonaristas voltaram, ao menos nesta semana, a dominar as tendências do debate político no Facebook e no Twitter.

CORTINA...

Segundo apurou a consultoria .Map, o barulho dos influenciadores bolsonaristas alcançou seu melhor resultado nos últimos 13 meses. Com ataques a adversários do presidente, ao STF e em defesa de Daniel Silveira, a bolha bolsonarista fez as menções positivas ao presidente passarem de 55% em março para 72%.

...DE FUMAÇA

Perfis da direita representaram 43% de cerca de 1,4 milhão de postagens. Em março, a participação desse grupo era de 30%. "A mobilização da direita tenta tirar, nas redes, o foco de denúncias sobre Bolsonaro, como as do MEC", avalia Marília Stabila, da .Map.

UM A MENOS

Sérgio Moro embarcou para os Estados Unidos com um desfalque na delegação. Candidato ao Senado pelo Podemos, o deputado estadual de São Paulo Heni Ozi Cukier, que o aconselhava em assuntos internacionais, cancelou sua viagem após Moro migrar para o União Brasil.

MÁGOA

"Ele (Sérgio Moro) tinha me convidado, mas não vou mais. A mudança de partido e de planos me impede", disse Cukier à Coluna.

PRONTO, FALEI!

Marcelo Ramos

Vice-presidente da Câmara (PSD)

"Penso que o debate do conflito institucional, do aborto é o debate que Bolsonaro sonha pra eleição. Preferia o Lula falando de fome, desemprego, juros, inflação."

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