Coluna do Estadão

Não é só Bolsonaro que toma distância de Ribeiro

A prisão de Ribeiro é assunto tóxico para Bolsonaro, que tenta vender a imagem de que faz um governo sem corrupção. Mas é também espinhoso para políticos do segmento religioso

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Mariana Carneiro

Publicado em 23/06/2022 às 7:58
Análise
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Políticos e líderes evangélicos desejam se distanciar de Milton Ribeiro, reverendo presbiteriano, alegando que a indicação do ex-ministro da Educação não foi deles, mas de André Mendonça, também presbiteriano e ministro da Justiça na época. A prisão de Ribeiro é assunto tóxico para Bolsonaro, que tenta vender a imagem de que faz um governo sem corrupção. Mas é também espinhoso para políticos do segmento religioso, que temem que o episódio arranhe sua imagem com o eleitorado. A leitura é de que a bancada evangélica "levou a fama", mas não teve benefícios com Ribeiro no cargo, e agora a palavra de ordem é se descolar, usando a imagem bíblica da separação entre o joio e o trigo.

Narrativa

Políticos evangélicos afirmam que não podem silenciar, o que desagradaria a seu eleitorado, mas sim passar a imagem de que é preciso "expurgar os pecadores". Por isso, as falas são no sentido de que os culpados têm de ser punidos.

Onde

Líderes religiosos avaliam que o dano de imagem (e de votos) é maior em igrejas tradicionais, como as presbiterianas, batistas e metodistas, e menor no ramo pentecostal e neopentecostal, aliado de primeira hora de Bolsonaro.

Rarefeito

Nem a CPI do MEC, nem a CPI da Petrobras têm acolhimento no gabinete de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente do Senado quer evitar esse tipo de embate neste ano eleitoral. No caso do MEC, a alegação é que a prisão do ex-ministro não é suficiente como fato determinante e, para a Petrobras, que o objeto de investigação é vago.

Porta

Preocupados com o desempenho de Bolsonaro nas pesquisas, governistas iniciaram uma articulação para aumentar o valor do Auxílio Brasil, inserindo a proposta na PEC que tramita no Senado sobre compensações aos Estados pela redução do ICMS. A ideia não foi bem recebida na cúpula do Senado. O governo cogita incluir nessa PEC o voucher caminhoneiro e o vale-gás.

Origem

A proposta de MP para mudar a Lei das Estatais, anunciada por Arthur Lira, nasceu na oposição. O deputado Odair Cunha (PT-MG) lançou a ideia em reunião na casa do presidente da Câmara, na última segunda.

Manda

Deputados queriam que o Executivo invadisse a Petrobras, mas auxiliares de Bolsonaro viram na iniciativa um tiro no pé. Paulo Guedes tem usado como argumento o exemplo dos EUA. Lá, Joe Biden quer cortar impostos, como ele defende.

Corta

O deputado Danilo Forte (União-CE) fez um requerimento à Aneel para que a agência aplique um redutor nos reajustes já concedidos nas contas de luz de consumidores de Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia.

Corta 2

Ele diz que a agência já aplicou um redutor para Minas, Paraná e Rio Grande do Sul, levando em conta recursos que vieram da privatização da Eletrobras. Por isso, ele deseja o mesmo tratamento para os Estados do Nordeste.

Pronto, falei!

"Não sei de onde ele tira essas informações. Infelizmente, não correspondem aos fatos", diz Milton Leite (União), Pres. da Câmara Municipal de SP, sobre falas de Junior Bozzella de que o União romperá com Garcia.

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