Coluna do Estadão

Governistas montam estratégia para acelerar aumento do Auxílio Brasil

Foi detectado o risco de a PEC, seguindo o trâmite normal, não ser aprovada até o recesso de julho, o que atrasaria a entrada em vigor do pacote de bondades

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Mariana Carneiro

Publicado em 30/06/2022 às 6:51
Análise
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Governistas já pensam em como acelerar a tramitação na Câmara da emenda constitucional que aumenta o Auxílio Brasil, o vale-gás e cria o voucher-caminhoneiro. Foi detectado o risco de a PEC, seguindo o trâmite normal, não ser aprovada até o recesso de julho, o que atrasaria a entrada em vigor do pacote de bondades. Por isso, está sendo desenhada estratégia em duas frentes. A primeira, mais difícil, é tentar um acordo com a oposição para o texto seguir direto para votação em plenário, sem passar por comissões. A segunda é fazer com que o pacote embarque em outra PEC que já passou pela etapa preliminar. A mais provável é a PEC 15, que reduz a tributação do etanol. Antes de tudo isso, porém, é preciso passar pelo Senado.

Contra

"A PEC tem que seguir o rito, passar pelas comissões, não podemos destruir o processo legislativo. Ela já é uma vergonha, porque surge de forma tardia", diz Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara. Embora o partido não vote contra, afirma que é ação "eleitoreira" de Bolsonaro no social.

Minoria

A votação das Diretrizes Orçamentárias de 2023 expôs um racha sobre o chamado orçamento secreto.
Contra a conversão dessas emendas em impositivas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi vencido por pressão de deputados e senadores. Flávio Bolsonaro (PL-RJ) o avisou, pela manhã, que o governo não trabalharia contra, mesmo com a perda de poder do Executivo. À tarde, o texto foi aprovado.

Nós

Aliados de Tarcísio de Freitas (Republicanos) dão como certo o apoio do PSD de Gilberto Kassab e já reservaram a vice para o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth. Por esse arranjo, Rosana Valle (PL-SP) assumiria a Secretaria da Mulher, criada se Tarcísio ganhar a eleição.

Olho

O STF deu sinais a senadores de que não vê com bons olhos a mudança nas regras das emendas de relator enquanto a Corte analisa o tema.

Tango

Márcio França (PSB) irritou membros da campanha de Fernando Haddad (PT) ao cancelar reunião prevista para esta quarta para tratar de uma possível aliança. Petistas tinham a expectativa de que França sacramentasse a sua saída da disputa.

Demora

"É difícil entender o que o Márcio França faz. Uma hora tem prazo, na outra ele pede mais tempo", disse, sob reserva, um petista. No Rio, aliados de André Ceciliano (PT) também estão incomodados com o que disseram ser a quarta tentativa de acordo com o PSB de Alessandro Molon.

CEP

"Quem será o vice de Bolsonaro" foi uma das dez perguntas de política mais buscadas nos dois dias. O
maior interesse foi no Distrito Federal - 60% maior do que no resto do País.

Quem?

Entre domingo e terça-feira, o Google detectou uma avalanche de buscas pelo nome do general Braga Netto, após Jair Bolsonaro declarar que ele deve ser o seu candidato a vice. O salto foi de 3.200% e o militar se tornou o terceiro nome da política mais pesquisado, atrás apenas de Bolsonaro e Lula.

Pronto, falei!

"Sinto indignação e repulsa. Falo por experiência própria, eu sei o que é assédio sexual. É uma ferida que não cicatriza", disse Simone Tebet, Presidenciável do MDB, sobre acusação contra Pedro Guimarães.

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