O Exercício do Perdão 

Talvez hoje você precise fazer uma ligação, contatar alguém e pôr em prática o perdão. O Senhor espera essa atitude de mim, espera de você e de nós.

Publicado em 23/06/2024 às 0:00
Notícia

FÁBIO ROMERO

DE MORAES LUCENA

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo nos perdoou. Ef. 4.32


O texto bíblico acima nos aponta que o perdão é um mandamento, ele é a expressão da bondade e compaixão que devemos ter para com o nosso próximo. E como cristãos precisamos dar atenção a este assunto, pois ele é urgente e fundamental se buscamos uma consciência leve, saúde física e mental, mas também uma vida cristã plena e um porvir ao lado do Senhor na eternidade.


Portanto, perdoar não é apenas um ato de amor ao próximo, mas também de amor próprio: Quem não perdoa, não tem paz! Se liberte, perdoe e deixe a memória do mal que lhe fizeram ir embora. Assim como o Senhor lança os nossos pecados nas profundezas do mar, como escreveu o profeta Miqueias, façamos também o mesmo.

Não tem paz também quem não se perdoa: Tiago 5.16 diz: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, para que sareis...”. Muitas doenças físicas e de alma existem por conta da falta do auto perdão e da cura de nossas emoções. Não devemos passar a mão e afagar os nossos pecados, mas precisamos entender o que escreveu o apóstolo João: ”...se confessarmos os nossos pecados , ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 Jo1.9.

Quem não perdoa não pode ter comunhão com Deus: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco o vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” Mt 6.14-15. Também, na célebre oração do “Pai nosso”, o Senhor Jesus nos ensina a orar dizendo: “perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Portanto, a nossa comunhão vertical está totalmente vinculada à nossa comunhão horizontal.

Jesus, em seu sermão da montanha, disse que se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar que seu irmão tem algo contra ti, que você deixe sua oferta ali e vá primeiro se reconciliar com ele. O contexto aqui é de culto, ou seja, você não estará habilitado a cultuar a Deus sem antes resolver seus assuntos sobre perdão.

Quem não perdoa está em sério risco de uma condenação eterna. Em Mateus 18, encontramos uma parábola contada por Jesus, a parábola do devedor incompassivo.

As parábolas bíblicas são narrativas alegóricas, mas que apontam para fatos reais. Nesta, encontramos a história de um rei que perdoou um trabalhador que lhe devia 10 mil talentos, aproximadamente 5 milhões de dias de trabalho em sua época, um dívida impagável. Todavia, este perdoado não foi capaz de perdoar o seu conservo que lhe devia apenas 100 denários, cem dias de trabalho em sua época. Por conta disto, conta a parábola que esse homem mal foi lançado aos verdugos até que pagasse tudo o que devia.

Meu querido leitor, essa parábola tem uma profunda relação conosco, porque na cruz de Jesus nossa impagável dívida para com a justiça de Deus foi perdoada pois Cristo levou sobre Si os nossos pecados. Por isso quem recebeu um perdão desta magnitude não tem o direito de dizer: “eu não perdoo!”

Talvez hoje você precise fazer uma ligação, contatar alguém e pôr em prática o perdão. O Senhor espera essa atitude de mim, espera de você, de cada um de nós!


Fábio Romero de Moraes Lucena é Presbítero Congregacional e membro da Igreja Episcopal Carismática do Brasil

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