O processo evolutivo
Ensinam os Espíritos superiores que um mundo corporal é secundário e, poderia mesmo deixar de existir, sem que isso altere a essência do mundo

José Edson F. Mendonça
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito.” Jo: 14:1-2.
Ensinam os Espíritos superiores emissários da revelação espírita, que um mundo corporal é secundário e, poderia mesmo deixar de existir, ou não ter existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo normal primitivo, espiritual, preexistente e sobrevivente a tudo.
Outrossim, explicam que com as encarnações sucessivas, Deus nos permite atingir a perfeição e, para tanto, temos de aprender a superar todas as dificuldades e desafios inerentes à existência corporal, além de termos de optar pela realização da parte que nos cabe na obra da Criação, deveres estes contabilizados como serviços prestados à marcha ascencional do Universo, realizando a vontade do nosso Pai Criador.
Além disso, esclarecem os aludidos mentores, que cada experiência aqui é mais um estágio rápido num mundo de provas, expiações e sofrimentos, como decorrência natural da luta árdua e difícil até aqui travada; que, após cada estadia aqui, volvemos novamente à condição de seres espirituais livres do corpo físico, habitando o mundo espiritual onde viveremos definitivamente após a conclusão dos ciclos reencarnatórios necessários e suficientes à aquisição da formação moral e intelectual que nos cumpre realizar em atenção ao determinismo do nosso Pai Celestial.
Além disso, é importante acrescentar que os dois mundos, o espiritual e o físico, como interdependentes, reagem entre si mediante a incessante interação regida pela afinidade mútua desenvolvida em experiências pretéritas, entre os espíritos que os povoam, determinando com precisão a posição individual única de cada ser, de acordo com as suas escolhas, pendores, interesses, sentimentos, afinidades, por ele realizadas, expressando a divina sabedoria, como advertiu Jesus: “Pois, onde estiver o vosso tesouro, ali também estará o vosso coração”. Mt, 6:21.
Neste contexto, muitos espíritos recém-desencarnados, permanecem ainda bastante ligados à gleba terrestre, como se encarnados ainda estivessem e demoram por aqui até que se conscientizem da necessidade de se adequarem à nova condição, continuando por um certo tempo, a gravitar em torno das ocupações e interesses que priorizaram. Outros muitos, despertam e são conduzidos a vários locais para adaptação à nova situação.
Essa reintegração varia ao infinito, de espírito para espírito, sempre sob a vigência do livre arbítrio, pois, enquanto para uns ela é relativamente rápida e sem maiores óbices, porque já se prepararam anteriormente, para outros, os que optaram por privilegiar os interesses puramente ligados à vida material e não se esforçaram para desenvolver valores morais essenciais, os processos de adaptação se revelam desafiantes, quando não bastante dolorosos. Mas, todos estão sob as vistas do Senhor da Vida: a Sua Justica, a Sua Bondade e a Sua Misericórdia se fazem inexoravelmente sobre cada filho Seu, no tempo e no ritmo de cada um. Não se tenha dúvida de que um dia todos seremos espíritos puros.
Informam ainda os mentores espirituais que a vida no mundo invisível é intensa, ativa, superior, espiritualizada, de modo que, o que existe lá é superlativamente melhor e mais belo do que o existente aqui na Terra; que os Espíritos conscientes que se aplicam a desejos de progresso mais rápido e/ou a um ideal em favor da Humanidade realizam aprendizados, estudos variados e executam tarefas e missões em torno de causas nobres ao bem do próximo; asseveram não encontrar palavras para descrever não só a intensidade, como a harmonia e a beleza do mundo espiritual. Lá, a vontade é soberana, o pensamento é motor, é produtor, é criador, é capaz de prover a concepção e a construção de comunidades, moradias, peças, adornos, utensílios, móveis, tudo o mais, plasmando tudo isso de forma tão real, tão concreta para eles, como o são, para nós, as edificações, os objetos e os materiais aqui existentes.
Portanto, como seareiros do Universo, aproveitemos o momento presente para trabalhar proficuamente, nos esforçando para hoje fazer mais bem do que fizemos ontem e amanhã, mais do que realizarmos hoje.
José Edson F. Mendonça presta colaboração ao movimento espírita, como escritor, palestrante e membro do Instituto Espírita Gabriel Delanne, rua São Caetano, 220, Campo Grande - Recife/PE