A importância científica de perdoar

É animador saber que o perdão como objeto de estudo da ciência psicológica é caracterizado como instrumento capaz de propiciar momentos de felicidade

Publicado em 08/12/2024 às 0:00
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JOSÉ EDSON F. MENDONÇA

Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: - Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes? Mt, 18:21

É muito animador saber que o perdão como objeto de estudo da ciência psicológica está bem caracterizado como um excelente instrumento capaz de propiciar momentos de felicidade que o homem sempre almejou, sensação essa expressada na melhoria substancial da saúde, vista como bem-estar físico, mental, social, emocional e espiritual.

Essa gratificante descoberta acha-se positivamente fundamentada em vários estudos científicos realizados em renomadas instituições de pesquisas e publicados em periódicos de grande circulação no meio acadêmico internacional e, nas mídias, evidenciando a terapia do perdão como fator gerador de uma gama de benefícios ao ser humano.

Algumas dessas pesquisas demonstraram que pessoas que praticam habitualmente o perdão: 1) alcançam níveis mais baixos de pressão arterial e melhor saúde cardiovascular acarretando redução na resposta fisiológica ao estresse (Journal of Behavioral Medicine); 2) apresentam um melhor desempenho imunológico que potencializa o combate de agentes infecciosos (Universidade da Califórnia, San Diego); 3) experimentam uma redução na dor lombar crônica (Journal of Pain); 4) obtêm significativa resposta na redução dos níveis de estresse e ansiedade apresentando taxas mais baixas de cortisol, o hormônio do estresse (Journal of Health Psychology); 5) beneficiam-se com melhoria considerável no humor e significativa diminuição dos sintomas de depressão (Journal of Clinical Psychology); 6) relataram uma acentuada melhoria nos padrões de felicidade e satisfação com a vida (Journal of Happines Studies).

Ademais, uma pesquisa publicada no Journal of Family Psychology, no que concerne a relacionamento entre casais que praticam a terapia do perdão, atestou uma gratificante melhoria na qualidade da relação, facilitando a reconciliação e a harmonia interior como um poderoso instrumento na administração de conflitos de forma pacífica.

Outrossim, há várias outras abordagens terapêuticas que incorporam o perdão como uma ferramenta importante no tratamento de enfermidades da mente, como a Terapia do Perdão, desenvolvida pelo psicólogo-terapeuta americano Robert Enright, que tem apresentado resultados significativos atestados em vários estudos clínicos. No livro “O poder do perdão” ele detalha os meios para a cura do “corpo e da alma”, no Instituto Internacional do Perdão, onde aplica sua teoria na prática, em cursos na Universidade de Wisconsin, EUA, asseverando que as experiências vivenciadas apresentam evidências claras de que o perdão é capaz de liberar sentimentos negativos, reduzir o estresse melhorando a qualidade de vida e a felicidade.

Neste contexto científico, destaca-se como bastante interessante para reflexão, o conteúdo divulgado pela atriz e modelo brasileira, Beatriz de Oliveira Arantes, mais conhecida como “Bia Arantes” (15/03/1993), em suas redes sociais: “Aprendi, outro dia que perdoar é a junção de "per" com "doar". Doar é mais do que dar. Doar é a entrega total do outro. O prefixo "per" que tem várias acepções, indica movimento no sentido "de" ou em "direção" a, ou "através", ou "para" etimologicamente falando, portanto, perdoar, quer dizer doar ao outro a possibilidade de que ele possa amar, possa doar-se. Não apenas quem perdoa que se "doa através do outro". Perdoar implica abrir possibilidades de amor para quem foi perdoado, através da doação oferecida por quem foi agravado. Perdoar é a única forma de facilitar ao outro a própria salvação. Doar é mais do que dar: é a entrega total. Perdoar é doar o amor, é permitir que a pessoa objeto do perdão possa também devolver um amor que, até então, só negara...”.

Concluindo por aqui e, parafraseando o terapeuta Robert Enright, entendamos que o perdão é um presente que damos a nós mesmos, que nos permite curar nossas próprias feridas abrindo espaço para novas possibilidades de viver mais feliz, pela paz interior que um passo a mais na direção do amor proporciona. Reflitamos, portanto: não será a nossa infelicidade, decorrência de ainda não admitirmos perdoar? Experimentemos viver como verdadeiros cristãos, experimentemos perdoar! É isso o que Jesus espera, há tanto tempo, de nós!

José Edson F. Mendonça colabora com o movimento espírita, como escritor, palestrante e membro do Instituto Espírita Gabriel Dealanne, rua São Caetano, 220, Campo Grande – Recife/PE

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