A Bélgica confirmou, nesta sexta-feira (27), um caso de transmissão do novo coronavírus de humano para animal doméstico.
Uma mulher do município de Liège diagnosticada com a covid-19 infectou o seu gato de estimação, de acordo com representantes do Serviço Federal de Saúde Pública belga. A análise foi feita por pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária de Liège.
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O professor Steven Van Gucht disse que o gato vivia em contato próximo com a dona, que começou a apresentar sintomas do vírus uma semana antes do animal.
"O gato teve diarreia, vomitava e tinha problemas respiratórios. Os pesquisadores encontraram o vírus nas fezes do gato", afirmou.
Na coletiva de imprensa, o microbiologista Emmanuel André frisou se tratar de "um caso isolado e que deriva de um contacto próximo com a pessoa doente, nada indicando que os animais sejam um vetor de transmissão".
A transmissão de humano para animal é rara. Até então, apenas três casos foram reportados: dois cachorros em Hong Kong e o felino da Bélgica. Os cães não apresentaram sintomas, e o gato teve "distúrbios respiratórios e digestivos transitórios", segundo a Agência Agência Federal de Segurança na Cadeia Alimentar da Bélgica (Afsca).
Caso é "isolado", segundo especialistas
O vírus pode ser transmitido do homem para o animal, mas "não há razão para pensar que os animais possam ser vetores da epidemia em nossa sociedade", insistiu o médico Emmanuel André, mencionando as análises científicas feitas em todo o mundo sobre o assunto.
Os casos de contaminação dos animais domésticos são raros. Em Hong Kong, as autoridades informaram nas últimas semanas sobre dois cachorros que "testaram positivo para a Covid-19" durante uma campanha de detecção feita com 17 cachorros e oito gatos que vivem em contato com pessoas portadoras do vírus.
"Até agora, nada indica que um animal doméstico possa transmitir o vírus ao homem ou a outros animais domésticos", afirmou a instituição belga.
"O risco de transmissão do vírus dos animais domésticos aos seres humanos é insignificante em comparação ao risco de transmissão por contato direto entre seres humanos", ressaltou a Afsca.
Por precaução é "altamente recomendável" aplicar regras clássicas de higiene com os animais domésticos: "evitar os contatos próximos com eles, lavar as mãos depois de manipulá-los ou deixar que os animais lambam o seu rosto".
Trata-se de medida para impedir a transmissão do vírus ao animal e de evitar que o mesmo se torne um portador do vírus, concluiu a Afsca.
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
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