O coronavírus já deixou mais de 534.000 mortos no mundo todo e avançou de maneira preocupante, nas últimas horas, em países como Chile, Estados Unidos e Índia, enquanto a Europa luta para recuperar um mínimo de normalidade.
De acordo com números oficiais coletados pela AFP, mais de 11 milhões de pessoas foram contaminadas pelo coronavírus no mundo. Especialistas avaliam que o balanço real é muito maior.
- Coronavírus: Pandemia mostra como a dependência de importação de insumos para produção de medicamentos deixou setor a perigo
- Coronavírus: pandemia já matou 63.174 pessoas no Brasil
- Em meio à pandemia do coronavírus, Ministério da Saúde completa 50 dias sem titular neste sábado (4)
- Mesmo com pandemia, população se aglomera em frente à condomínio em Jaboatão
- 70% dos que estão trabalhando em casa gostariam de continuar assim após a pandemia, diz pesquisa
Com mais de 2,9 milhões de casos e cerca de 128.000 óbitos, a América Latina está no olho do furacão da pandemia.
No Chile, os mortos por coronavírus passaram de 10.000 no domingo, levando-se em consideração os falecimentos "prováveis", como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nas últimas 24 horas, foram registrados 3.548 contágios, chegando a um total de 288.089 infectados.
As autoridades começaram, porém, a reportar os primeiros números "otimistas", após quatro meses, com uma queda de 21% nos contágios nas últimas duas semanas.
Leitos de papelão
Nesta segunda-feira, a Índia passou a ser o terceiro país com mais contágios do mundo, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, ao registrar 24.000 novos casos em 24 horas. Agora, acumula 697.358 contágios e cerca de 20.000 mortes.
Os hospitais estão saturados. Em Nova Délhi, por exemplo, abriu-se um gigantesco centro de isolamento, com capacidade para 10.000 leitos. Muitos são feitos de papelão.
A situação também é crítica nos Estados Unidos, onde foram registrados 40.000 contágios diários no fim de semana. Apesar disso, o presidente Donald Trump afirmou que a crise sanitária está perto do fim.
Suas declarações provocaram as críticas de autoridades locais, como o prefeito democrata da cidade texana de Austin, Steve Adler, que classificou o tom de Trump de "perigoso" para os habitantes de sua cidade. De acordo com a prefeitura, os serviços de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem entrar em colapso "em 10 dias".
Até agora, a COVID-19 infectou mais de 2,8 milhões de pessoas e matou quase 130.000 nos Estados Unidos, que ostenta o triste recorde de mortos, seguido de Brasil (64.867), Reino Unido (44.220) e Itália (34.861).
Na República Dominicana, o opositor Luis Abinader se proclamou vencedor das eleições presidenciais realizada no domingo (5), marcadas por uma explosão dos casos de coronavírus no país.
O Peru, onde se passou de 300.000 casos durante o fim de semana, é o segundo país da América Latina com mais contágios, atrás do Brasil, e o quinto do mundo.
Ver Mona Lisa em Paris
Na Europa, o desconfinamento convive com o medo e com alguns focos de contágio preocupantes, que obrigam as autoridades a decretarem "reconfinamentos" parciais.
Um dos países da Europa menos afetados pela pandemia e um dos primeiros a suspender as medidas de confinamento, a Alemanha ainda não retomou seu ritmo.
"A situação é dramática", resume o setor hoteleiro alemão.
O governo de Angela Merkel espera o retorno do crescimento, "após a pausa de verão" (inverno no Brasil) e " no mais tardar a partir de outubro".
Em Kosovo, o governo decidiu hoje reintroduzir um toque de recolher na capital, Pristina, e em outras três cidades, diante de um surto de casos de COVID-19.
Em Paris, depois de três meses e meio fechado, o Louvre, o museu mais visitado do mundo, reabriu suas portas hoje. O número de visitantes é limitado.
"Esta é nossa quinta, ou sexta, visita ao Louvre, mas nunca conseguimos ver a Mona Lisa [devido ao grande número de visitantes]. Desta vez, esperamos que sim!", disse a parisiense Helene Ngarnim.
Mais do que números
Além dos danos humanos irreparáveis, a pandemia está provocando uma hecatombe econômica, caso, por exemplo, do mercado de trabalho na América Latina.
Os dados de desemprego no segundo trimestre falam por si.
No Brasil, foram perdidos 7,8 milhões de vagas de trabalho, e 12,7 milhões de pessoas estão desempregadas. O Chile tem sua taxa de desemprego mais alta em dez anos, e a Colômbia registra os índices de desemprego urbano mensais mais elevados desde 2001.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 41 milhões de pessoas estão sem emprego na América Latina e no Caribe, contra 25 milhões de desempregados em janeiro.
Comentários