O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) da Bolívia adiou para 18 de outubro as eleições presidenciais e legislativas do país, que seriam realizadas em 6 de setembro. A mudança, motivada pela pandemia do coronavírus, foi anunciada pelo presidente Salvador Romero nesta quinta-feira (23).
Romero afirmou que o adiamento segue os relatórios médicos de que a pandemia terá seu pico mais alto entre o fim de agosto e o começo de setembro.
Programadas inicialmente para maio, as eleições substituem as de outubro de 2019, que foram canceladas por alegações de fraude e levaram à renúncia e saída do país do ex-presidente Evo Morales.
"A data definitiva da eleição gera melhores condições para a proteção da saúde, as instalações de votação no exterior e a chegada de missões internacionais de observação", argumentou o presidente do TSE. Ele disse que a decisão é "resultado de considerações legais, científicas e políticas".
Cerca de sete milhões de bolivianos estão convocados para as eleições para eleger presidente e vice-presidente e renovar o Congresso bicameral. De acordo com Romero, um possível segundo turno ocorrerá no dia 29 de novembro. Já a posse das novas autoridades será em dezembro.
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A Igreja Católica se juntou às forças conservadoras bolivianas na manhã de quinta-feira para exigir o adiamento das eleições devido à escalada da pandemia, que registra no país mais de 64 mil infectados e 2.328 mortos.
Por outro lado, o Movimento para o Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Morales e do candidato líder de intenções de votos Luis Arce, e a Central Operária Boliviana (COB) insistiam na realização das eleições na data prevista.
O presidente do TSE reconheceu que a Bolívia sofre "sérias polarizações", que se aprofundaram em novembro do último ano após a renúncia de Morales (2006-2019) em meio a convulsões sociais e a ascensão de grupos de direita ao poder.