O serviço postal dos Estados Unidos vai adiar para depois da eleição presidencial de novembro uma série de reformas acusadas de desacelerar a correspondência e de colocar em risco o voto por correio, disse seu diretor-geral, Louis DeJoy, nesta terça-feira (18).
"Existem algumas iniciativas operacionais de longa data, esforços anteriores à minha chegada ao Serviço Postal, que foram vistas como questões de preocupação em um momento em que a nação se prepara para ter uma eleição em meio a uma pandemia devastadora", disse DeJoy em um comunicado.
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"Para evitar até mesmo a aparência de qualquer impacto no correio eleitoral, estou suspendendo essas iniciativas até o fim da eleição", declarou.
O serviço postal está no centro de uma tempestade política recente, depois que o presidente Donald Trump disse se opor a mais financiamento para a agência, que deve lidar com um grande número de cédulas na eleição de novembro.
Aliado do presidente, DeJoy assumiu como diretor-geral em junho e liderou a remoção das caixas de coleta e equipamentos de processamento, além de cortar horas extras o que, segundo um líder sindical disse à AFP, desacelerou os prazos de entrega em todo o país.
As mudanças e as declarações do presidente levaram a reclamações da oposição democrata de que a Casa Branca está tentando minar a eleição, na qual Trump concorre a um segundo mandato.
Em sua declaração, DeJoy afirmou que vai manter os horarios nos correios, interromperá a remoção das caixas de coleta e máquinas de triagem e as horas extras "continuarão sendo aprovadas conforme necessário."
Os democratas, maioria na Câmara dos Representantes, convocaram a instituição de volta à sessão para tratar das questões no serviço postal. DeJoy deve depor perante os comitês da Câmara e do Senado nesta semana e na próxima.