O governo boliviano anunciou nesta sexta-feira (28) o relaxamento da quarentena nacional pela covid-19 a partir de terça-feira (1°), mas que manterá as fronteiras fechadas com exceções.
"A partir de 1º de setembro de 2020, começa a fase de pós-confinamento, estabelecendo medidas de vigilância comunitária ativa dos casos de coronavírus", afirmou um decreto assinado pela presidente interina Jeanine Áñez e seus ministros.
- Retomada do transporte público aumenta temor por agravamento da pandemia na Bolívia
- Doentes com coronavírus que desrespeitarem quarentena terão casas marcadas na Bolívia
- Bolívia não reprovará estudantes em 2020 por conta da pandemia
- Tribunal Eleitoral adia para outubro eleições gerais na Bolívia por pandemia
O governo impôs a quarentena em março, quando começaram a ser registrados os primeiros casos de coronavírus no país, que até hoje infectaram mais de 113.100 pessoas e deixaram quase 4,8 mil mortos, em uma população de 11 milhões de habitantes.
Em 1º de junho, foi iniciada uma quarentena flexível decretadas pelas regiões.
Durante o mês de setembro, serão mantidos "o fechamento das fronteiras terrestres, fluviais e lacustres" e a "suspensão de manifestações públicas, atividades culturais, esportivas, festivas, políticas e todos os tipos de encontros que gerem aglomeração de pessoas", diz o decreto.
O espaço aéreo permanecerá fechado, exceto para bolivianos que retornam ao país e diplomatas, que devem atestar que não estão com covid-19.
Durante a fase de pós-confinamento o governo vai permitir a circulação de pessoas e veículos das 5h às 20h e aos sábados das 5h às 16h locais.
Até agora a movimentação estava proibida nos finais de semana e de segunda a sexta-feira a restrição vigorava a partir das 18h.
A presidente Jeanine Áñez justificou o novo decreto, embora tenha alertado que "sempre há a possibilidade" de que as infecções aumentem.
"As pessoas precisam trabalhar", disse a presidente, porque se as pessoas não tiveram problemas "pelo coronavírus, terão pelo coronafome".
As projeções oficiais ainda indicam que a covid-19 pode atingir seu pico na Bolívia entre setembro e novembro, em meio às eleições gerais de 18 de outubro.