Washington se prepara para grande protesto contra o racismo

A manifestação recebeu o nome "Tire o Joelho de Nossos Pescoços", em referência ao afro-americano George Floyd, que morreu asfixiado sob o joelho de um policial branco de Minneapolis
AFP
Publicado em 28/08/2020 às 9:12
Protestos contra o racismo nos Estados Unidos Foto: Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP


Os manifestantes antirracistas planejam lotar as ruas da capital dos Estados Unidos nesta sexta-feira (28), depois que um policial branco atirou pelas costas no afro-americano Jacob Blake, um ato que provocou o aumento da indignação pela violência policial e desencadeou um movimento de boicote no mundo do esporte.

Dezenas de milhares de pessoas devem sair às ruas de Washington para uma marcha que marcará a data de aniversário (em 1963) do histórico discurso "Eu tenho um sonho" de Martin Luther King, líder dos direitos civis.

A manifestação recebeu o nome "Tire o Joelho de Nossos Pescoços", em referência ao afro-americano George Floyd, que morreu asfixiado sob o joelho de um policial branco de Minneapolis, o que provocou os maiores distúrbios civis nos Estados Unidos em décadas.

As janelas das lojas foram protegidas com placas de madeira e a polícia bloqueou as ruas no centro de Washington, onde centenas de manifestantes se reuniram na quinta-feira à noite para protestar contra a indicação do presidente Donald Trump como candidato do Partido Republicano para outro mandato.

Os protestos provocados pela morte de Floyd diminuíram, mas a indignação retornou no domingo quando Blake recebeu vários tiros pelas costas durante uma discussão com a polícia na cidade de Kenosha, no estado de Wisconsin.

Blake sobreviveu e está hospitalizado, mas talvez nunca volte a caminhar, segundo seu advogado.

As autoridades identificaram o oficial que atirou contra Blake como Rusten Sheskey, alegando que a polícia estava tentando deter o afro-americano e que fez uma tentativa de controlá-lo com uma arma de choque. Também afirmaram que uma faca foi encontrada em seu carro.

Nos violentos e caóticos protestos após a divulgação do vídeo com os tiros contra Blake, duas pessoas foram assassinadas por um homem com um fuzil. As autoridades de Kenosha prenderam um jovem de 17 anos pelos assassinatos e apresentaram acusações homicídio intencional.

O governo Trump criticou os protestos e o vice-presidente Mike Pence rejeitou na quarta-feira as acusações de racismo policial endêmico. Ele condenou a "violência e o caos que envolvem as cidades de todo o país".

Pelo segundo dia consecutivo, as principais equipes e ligas esportivas suspenderam as partidas nos Estados Unidos para manter o foco de atenção na questão do racismo e abuso policial.

"Exigimos uma mudança. Estamos fartos", escreveu no Twitter o astro do Los Angeles Lakers, LeBron James.

A ONU afirmou nesta sexta-feira que o caso Jacob Blake recorda a necessidade de eliminar o racismo na polícia.

"Este episódio realmente trágico reafirma a necessidade de uma ação urgente para erradicar os vínculos entre o racismo estrutural e a manutenção da ordem", afirmou Rupert Colville, porta-voz da Alta Comissária para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

 

 

 

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