SAÚDE

Europa se prepara para novas restrições ante uma pandemia que não cede

A covid-19 já provocou pelo menos 1,08 milhão de mortes no mundo e 38,2 milhões de contágios

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Publicado em 14/10/2020 às 12:08 | Atualizado em 14/10/2020 às 12:09
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Na França, o presidente Emmanuel Macron discursará sobre a situação do país e, provavelmente, anunciará novas medidas nesta quarta-feira à noite - FOTO: GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP

Diversos países europeus, como Alemanha e França, finalizam as medidas para tentar frear o preocupante avanço dos contágios e evitar os momentos mais duros da primeira onda da pandemia do novo coronavírus. Com mais 244.000 vítimas fatais e 6,7 milhões de casos, a Europa é a região do mundo em que a epidemia avançou mais durante a semana passada, dados que provavelmente serão repetidos na semana em curso. A covid-19 já provocou pelo menos 1,08 milhão de mortes no mundo e 38,2 milhões de contágios.

Nesta quarta-feira (14), foi anunciado que a chanceler Angela Merkel deseja impor novas restrições na Alemanha. Entre as medidas, estão a ampliação do uso obrigatório de máscara, ou antecipar o horário de fechamento de bares e restaurantes nas zonas onde a taxa de contágio alcançar 35 casos para cada 100.000 pessoas durante sete dias consecutivos, em vez de 50 por 100.000, como prevalece atualmente.

A Alemanha anunciou 5.132 novos contágios declarados em 24 horas, o que representa o maior aumento em apenas um dia em seis meses, segundo o Instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch. O governo destaca que os números podem melhorar com "determinação e vontade da sociedade em seu conjunto".

Na Espanha, bares e restaurantes da Catalunha permanecerão fechados por pelo menos 15 dias, a partir da noite de quinta-feira, para frear o avanço da pandemia de covid-19. "É uma medida dolorosa, mas necessária", afirmou em um discurso o presidente regional encarregado, Pere Aragonés.

A Catalunha se une, assim, a outras regiões - como Madri, Andaluzia, Navarra e Galícia -, que decretaram medidas para combater o aumento dos contágios. A Espanha registra um balanço de 33.000 mortes provocadas pela covid-19.

Na França, o presidente Emmanuel Macron discursará sobre a situação do país e, provavelmente, anunciará novas medidas nesta quarta-feira à noite. O país tem 1.633 pessoas em UTIs, com assistência respiratória, devido à covid-19. A capacidade nacional é de 5.000 leitos. A França registrou, até agora, 33.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Hoje, o governo autônomo da Irlanda do Norte anunciou as restrições mais duras impostas atualmente em todo Reino Unido contra o coronavírus, em meio a uma maior pressão sobre o primeiro-ministro Boris Johnson para que adote medidas similares na Inglaterra. "É preciso uma intervenção urgente para interromper a propagação do vírus e evitar o agravamento da situação", afirmou a chefe do Governo norte-irlandês, Arlene Foster.

O país vai restringir o horário de funcionamento de bares e restaurantes, limitará as reuniões, determinará o fechamento de salões de beleza e adotará novas normas para os supermercados. Além disso, o governo pediu o retorno do trabalho remoto e do ensino a distância. Com 1,9 milhão de habitantes, a Irlanda do Norte registrou mais de 800 novos casos diários na última semana.

Nesta quarta-feira, o papa Francisco também evitou o contato próximo com os fiéis. "Perdoem-me se os saúdo de longe, mas acho que, se todos nós, como bons cidadãos, respeitarmos as prescrições das autoridades, isso contribuirá para pôr fim a esta pandemia", declarou o papa ao final de sua audiência geral no Vaticano.

Nos Estados Unidos, país mais afetado pelo coronavírus, com quase 216.000 vítimas fatais da covid-19, prossegue a campanha presidencial para as eleições de 3 de novembro. Apesar do terrível balanço do país e de ter sido infectado pelo vírus, o tema foi mencionado apenas de passagem em um comício do presidente Donald Trump terça-feira, na Pensilvânia. "Vamos esmagar o vírus em breve", prometeu.

Na América Latina, com mais de 371.000 mortos e mais de dez milhões de contágios, a Argentina reabriu as primeiras escolas, após sete meses de fechamento pela pandemia. Os primeiros alunos que retornaram foram os estudantes do último ano do ensino médio, com aulas em espaços abertos e em grupos de dez pessoas.

Na Guatemala, o governo decretou o fechamento dos cemitérios de 31 de outubro a 2 de novembro, datas em que milhares de pessoas homenageiam seus parentes falecidos, para evitar contágios.

 

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