O democrata Joe Biden, apontado pela mídia americana como novo presidente dos Estados Unidos, anunciou o estabelecimento na segunda-feira de uma célula de crise contra o coronavírus que infectou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, enquanto a Europa vive sob restrições que causam manifestações de rejeição.
Em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados da eleição presidencial dos Estados Unidos, divulgados pela imprensa americana, o democrata Joe Biden disse que essa futura unidade de crise, formada por cientistas e especialistas, seria a responsável pela construção de um "plano que entrará em vigor no dia 20 de janeiro de 2021", dia da sua posse.
Ele, portanto, já demonstra uma visão oposta de seu rival Donald Trump, que sempre minimizou a pandemia. O país, o mais afetado do mundo, enfrenta um aumento acentuado da epidemia, com recordes de novas contaminações há vários dias. Registrou, nas últimas 24 horas, mais de 122.000 novos casos positivos e 991 mortes, elevando o total de óbitos para mais de 237.000.
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Em todo o mundo, a pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 1.251.980 pessoas desde o final de dezembro, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP neste domingo a partir de fontes oficiais.
Mais de 50 milhões de casos de infecção foram oficialmente diagnosticados, incluindo mais de 12,6 milhões na Europa, onde as restrições em face da segunda onda estão causando protestos, por vezes violentos.
A cidade de Leipzig, no leste da Alemanha, foi palco de violência no sábado entre a polícia e manifestantes "anti-máscara", denunciados pela classe política.
A polícia, que por medo de excessos mobilizou um grande número de agentes no centro da cidade, onde cerca de 20.000 pessoas se reuniram, realizou 31 prisões. Os confrontos continuaram noite adentro. "Nada pode justificar o que vimos ontem (sábado) em Leipzig", disse a ministra da Justiça, Christine Lambrecht, no Twitter.
"A afronta à ciência e o incitamento ao ódio pela extrema direita que vimos é terrível", acrescentou. Em Madri, centenas de conspiracionistas e ativistas antivacinas manifestaram-se no sábado ao longo do passeio do Prado contra a "ditadura" do vírus da covid-19 e as restrições impostas pelas autoridades espanholas na tentativa de conter a epidemia.
"Eles precisam reduzir a população" e "começaram matando idosos em asilos", disse o manifestante Chelo Sanchez à AFP. Os confinamentos decretados em toda a Europa para conter essa nova onda, no entanto, permanecem menos rígidos do que na primavera (boreal) e os governos estão considerando maneiras de conter a pandemia.
A França, no entanto, descartou neste domingo a possibilidade de um confinamento imposto aos idosos. "Em primeiro lugar porque, do ponto de vista ético, seria objetivamente complicado", explicou o porta-voz do governo Gabriel Attal. "Depois porque não leva em conta a situação de muitos idosos que não moram sozinhos (...)", acrescentou, destacando que 30% das pessoas atualmente em terapia intensiva têm menos de 60 anos.
A França ultrapassou a marca de 40.000 mortes relacionadas à covid-19 no sábado. O ministro da Saúde, Olivier Véran, considerou, porém, que há "uma forma de abrandamento" na progressão da epidemia.
Portugal junta-se na segunda-feira aos países que decretaram toque de recolher para lidar com o ressurgimento do vírus. Terá início às 13h00 aos fins de semana, durante pelo menos duas semanas, anunciou o primeiro-ministro António Costa.
A Grécia introduziu um segundo bloqueio no sábado, seguindo os passos da França, Inglaterra, Irlanda e parte da Itália. A cada saída, os gregos deverão obter autorização das autoridades por SMS e a multa para quem não usa máscara dobrou para 300 euros.
Na Índia, a temida estação de poluição provavelmente vai multiplicar os efeitos do coronavírus, de acordo com pneumologistas em Nova Delhi.