PANDEMIA

Nova variante do coronavírus descoberta no Reino Unido se espalha por vários países

Neste sábado (26), países como Canadá, Itália, Suíça, Espanha e Japão anunciaram que registraram infecções pela nova cepa, depois dos contágios notificados anteriormente por França, Alemanha, Líbano e Dinamarca

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Publicado em 26/12/2020 às 20:33 | Atualizado em 26/12/2020 às 23:00
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A nova cepa da covid-19 é "entre 50% e 74%" mais contagiosa, segundo estudo - FOTO: PEDRO PARDO / AFP

Os casos de pessoas contaminadas pela variante do coronavírus surgida no Reino Unido continuam aparecendo em outras localidades. Neste sábado (26), países como Canadá, Itália, Suíça, Espanha e Japão anunciaram que registraram infecções pela nova cepa, depois dos contágios notificados anteriormente por França, Alemanha, Líbano e Dinamarca.

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Foram detectados pelo menos quatro casos em Madri, em pessoas que teriam retornado do Reino Unido ou que tinham relação com viajantes procedentes deste país. Outros seis positivos da nova cepa foram diagnosticados no sábado na Itália, elevando para mais de dez os casos confirmados desta variante no país.

No Canadá, foram registrados dois casos. "Os casos são um casal de Durham, que não tem antecedentes de viagens, de exposições (ao vírus), nem de contatos de risco elevado", informou o departamento de saúde de Ontário. Também foram confirmados os primeiros casos em Alemanha, França, Suécia e Japão. Antes já tinham sido detectados contágios em Dinamarca, Holanda e Austrália.

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Enquanto isso, o Japão anunciou neste sábado que proibirá a chegada de estrangeiros não residentes ao seu território entre a próxima segunda-feira (28) e o final de janeiro, depois do registro no país asiático dos primeiros contagiados com a nova cepa.

Desde 20 de dezembro, os moradores de várias regiões da Inglaterra são submetidas a um confinamento para tentar frear esta nova variante do vírus, a princípio mais contagiosa, que acelerou os contágios. Neste sábado, um total de 24 milhões de pessoas, ou seja, 40% da população da região, devia permanecer em suas casas.

Após confirmada esta mutação do vírus, só detectada se for analisado o sequenciamento do genoma do vírus após um teste de PCR, muitos países fecharam suas portas com o Reino Unido e alguns mantêm até hoje estas restrições em suas conexões aéreas, marítimas ou terrestres.

Neste momento, a Europa é a região do mundo onde o vírus se propaga mais rapidamente, com uma média de 250.000 novos casos por dia na semana passada.

Em todo o mundo, a pandemia já matou mais de 1,75 milhão de pessoas e provocou quase 80 milhões de contágios.

Na China, onde o vírus surgiu no fim de 2019, os dirigentes do Partido Comunista (PCC) comemoraram o "extraordinário" êxito do país frente à pandemia, oficialmente erradicada em seu território, dias antes da chegada de uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tentará esclarecer as origens do novo coronavírus.

Estudo afirma que nova cepa de covid-19 é entre 50% a 74% mais contagiosa

A nova cepa da covid-19 é "entre 50% e 74%" mais contagiosa, afirmou um estudo médico divulgado nesta quinta-feira (24), que alertou sobre as consequências dela na mortalidade no Reino Unido.

"De acordo com os dados preliminares disponíveis", a variante da Sars-Cov-2, suspeita de ter causado o grande aumento no número de casos no sudeste da Inglaterra nas últimas semanas, "poderia ser entre 50% e 74% a mais contagiosa", informou o biólogo Nick Davies, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), um dos autores.

A estimativa, divulgada na internet e que ainda não confirmada por nenhuma revista científica, coincide com a de "50% a 70%" informada na segunda-feira em entrevista coletiva por cientistas que assessoram o governo britânico.

Detectada pela primeira vez em setembro no Reino Unido, esta variante chamada VOC 202012/01 carrega 22 mutações no genoma da covid-19.

Vários países começam a vacinar contra a covid-19

Dizimados, parcialmente confinados e receosos com a nova cepa do coronavírus que se espalha pelo mundo, alguns países da União Europeia (UE) começaram a vacinar seus cidadãos neste sábado (26) e outros o farão no domingo, enquanto a OMS advertia que a pandemia de covid-19 não será a última.

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Edith Kwoizalla, 101 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 na Alemanha - MATTHIAS BEIN / DPA / AFP

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, assegurou que a história mostra que o coronavírus "não será a última pandemia" e lembrou que os avanços sanitários serão insuficientes se não houver mudanças com relação ao aquecimento global e o bem-estar animal.

"Gastamos dinheiro quando eclode a crise, mas quando acaba, nos esquecemos e não fazemos nada para prevenir a seguinte. É o perigo dos comportamentos de curto prazo", lamentou, em uma mensagem de vídeo gravada para a comemoração no domingo do primeiro Dia Internacional da Preparação para as Epidemias.

Enquanto isso, começaram a ser entregues em hospitais e armazéns da UE os primeiros lotes de vacinas produzidas pelos laboratórios americano Pfizer e alemão BioNTech.

Como já aconteceu em Estados Unidos, Reino Unido, Chile, Suíça, Costa Rica e México, os primeiros cidadãos a receber a vacina serão pessoas com idade avançada e pessoal sanitário. Cada país estabelecerá suas prioridades e a maioria das nações prevê distribuí-las a partir de domingo.

Mas na Alemanha a vacinação começou neste sábado e a primeira pessoa imunizada foi Edith Kwoizalla, de 101 anos, que mora em uma residência para idosos no leste do país.

A Hungria também foi um dos primeiros países da UE a vacinar e a partir deste sábado imunizou seu pessoal médico, pouco depois de o fármaco chegar a território húngaro. A Eslováquia fez o mesmo.

A vacina, um dos bens mais valiosos neste momento em todo o mundo, chega em caminhões frigoríficos que deixam a fábrica da Pfizer em Puurs, nordeste da Bélgica, escoltados por forças de segurança.

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No total, 16 países e a União Europeia validaram o imunizante da Pfizer/BioNTech - GIUSEPPE CACACE / AFP

Na Espanha, um caminhão levou a carga com imunizantes para o centro de armazenamento da Pfizer em Guadalajara (centro).

As autoridades do país, que soma 50.000 mortes pelo coronavírus, esperam vacinar até junho entre 15 e 20 milhões de pessoas de uma população de 47 milhões.

Na Itália, onde as vacinas chegaram na sexta-feira pela fronteira austríaca, a primeira pessoa a ser vacinada será uma enfermeira italiana de 29 anos em um hospital de Roma.

A Itália é o país mais enlutado da Europa nesta pandemia, com 71.000 mortes, mas segundo pesquisas, apenas 57% da população quer se vacinar, apesar de os cientistas estimarem que a imunidade efetiva ocorrerá quando de 75% e 80% da população estiver imunizada.

Na França, onde mais de 62.000 pessoas morreram de covid-19, as primeiras injeções serão aplicadas em dois lares para idosos.

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Edith Kwoizalla, 101 anos, foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 na Alemanha - FOTO:MATTHIAS BEIN / DPA / AFP
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EFICÁCIA Cientistas dizem que as vacinas protegem contra as novas cepas - FOTO:GIUSEPPE CACACE / AFP

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