Coronavírus

Israel avança em vacinação e retorna a uma certa normalidade

A flexibilização era muito esperada pelos israelenses desde a saída gradual do país de seu terceiro confinamento, em meados de fevereiro

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AFP

Publicado em 07/03/2021 às 10:59 | Atualizado em 07/03/2021 às 10:59
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Israel voltava, neste domingo (7), a uma certa normalidade, faltando 15 dias para eleições, graças a uma campanha massiva de vacinação e medidas para sair do confinamento com um retorno às aulas e a possibilidade de comer em um restaurante.

Essas medidas, aprovadas pelo governo no sábado à noite, eram muito esperadas pelos israelenses desde a saída gradual do país de seu terceiro confinamento, em meados de fevereiro.

"Aberto" ou "Volta à normalidade, com cautela" eram as manchetes dos principais jornais nacionais.

"É um grande dia, abrimos os restaurantes com o passaporte verde, estamos voltando à vida", comemorou neste domingo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sentado na área externa de um café em Jerusalém ao lado do prefeito da Cidade Santa, Moshe Leon.

Os bares e restaurantes já podem reabrir para quem tem o chamado "passaporte verde", autorização concedida a quem já recebeu duas doses da vacina ou se curou da covid-19.

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Essa reabertura chega no momento certo para Netanyahu, que joga a carta da "Nação da Vacina", um retorno à normalidade favorecido pela vacinação em massa, na tentativa de ganhar as legislativas de 23 de março, as quartas em menos de dois anos.

As últimas pesquisas dão ao seu partido, o Likud (direita), o primeiro lugar, mas sem apoio suficiente, por enquanto, para formar um governo com seus aliados.

Mais da metade dos 9,3 milhões de israelenses receberam a primeira dose da vacina Pfizer/BioNtech, à qual Israel tem acesso privilegiado sob um acordo para compartilhar dados biomédicos sobre os efeitos da vacinação. E cerca de 40% dos israelenses receberam a segunda dose.

Segundo as novas medidas para aliviar as restrições, os alunos poderão retornar às salas de aula em áreas onde a taxa de contaminação continua baixa.

As restrições aos locais de culto também foram relaxadas: 50 pessoas ao ar livre e 20 no interior. Também estão em processo de reabertura salões de festa e refeitórios de hotéis, que poderão acomodar até 50% de sua capacidade, com um máximo de 300 pessoas.

Os eventos culturais e esportivos e as conferências poderão ser retomadas com um máximo de 500 pessoas no interior e 750 no exterior, mediante apresentação do "passaporte verde".

O aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, fechado desde o final de janeiro, exceto para voos de carga e especiais que permitem um máximo de 200 pessoas voltando para casa por dia, aumentou sua capacidade para 1.000 viajantes diários de Nova York, Frankfurt, Paris, Londres, Kiev, Toronto e Hong Kong.

Espera-se que esse número suba para 3.000 até o meio da semana.

A campanha de vacinação, que começou em 19 de dezembro, reduziu o número de infecções de um pico de 10.000 por dia em meados de janeiro para cerca de 3.600 por dia na semana passada, com queda nos testes positivos.

No entanto, apesar desse declínio, as autoridades de saúde pública permanecem cautelosas, especialmente porque o número de pessoas vacinadas está começando a se estabilizar e variantes do vírus continuam a circular.

"Se não agirmos com responsabilidade, se não seguirmos as diretrizes, existe a possibilidade de um quarto confinamento antes das eleições", alertou Nachman Ash, coordenador da luta contra o coronavírus neste final de semana.

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