INVASÃO

Rússia toma controle da usina de Chernobyl e chega aos arredores de Kiev

Quarto reator da central de Chernobyl explodiu em abril de 1986, contaminando grande parte da Europa

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AFP, Estadão Conteúdo, Ana Maria Miranda

Publicado em 24/02/2022 às 15:04 | Atualizado em 25/02/2022 às 16:50
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Localizada a 120 quilômetros de Kiev, capital da Ucrânia, a usina nuclear de Chernobyl foi tomada pela Rússia nesta quinta-feira (24). A região não é habitada desde 1986, após o maior desastre nuclear do mundo. Ao menos uma equipe da imprensa internacional também já confirmou a presença de soldados russos nos arredores de Kiev.

"Depois deste ataque absolutamente insensato dos russos, não é possível dizer que a usina nuclear está a salvo. Essa é uma das maiores ameaças para a Europa atualmente", disse o conselheiro-chefe do gabinete do presidente, Mijailo Podoliak, depois que o governo anunciou que havia combates próximos ao depósito de resíduos nucleares da usina acidentada em 1986.

Ao longo do primeiro dia de invasão da Rússia à Ucrânia, as tropas entraram em combate na região. Os combates aconteceram perto do depósito de resíduos nucleares da central de Chernobyl. As forças russas chegaram pela fronteira com Belarus.

Mais cedo, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky havia dito que as tropas tentavam impedir que as forças assumissem o controle da usina. "Nossos soldados estão sacrificando suas vidas para que a tragédia de 1986 não volte a acontecer", escreveu, em um tweet.

O quarto reator da central de Chernobyl explodiu em abril de 1986, contaminando grande parte da Europa.

Tropas russas nos arredores de Kiev

Horas depois do início da ofensiva militar contra a Ucrânia, tropas russas alcançaram a região de Kiev na manhã desta quinta-feira (24). Pelo menos uma equipe de imprensa internacional já confirmou a presença de soldados russos nos arredores da capital, a poucos quilômetros do centro da cidade.

Em uma invasão coordenada, que tem forçado o Exército ucraniano a combater em diversas frentes, as tropas russas avançam rapidamente pelo território do país do Leste Europeu.

O chefe militar da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi, confirmou pela manhã que um combate estava sendo travado perto da base aérea de Hostomel, sete quilômetros a noroeste da capital, Kiev. O líder militar também confirmou que batalhas estavam sendo travadas ao sul, perto de Henichesk, Skadovsk e Chaplynka.

Nos arredores de Kiev, a cerca de 30 km do centro da capital, uma equipe da CNN registrou o momento em que um grupo de paraquedistas russo estabelecia um perímetro de segurança ao redor de uma base aérea recém-conquistada.

De acordo com a emissora americana, oficiais ucranianos temem que o plano russo seja não apenas cercar a capital, mas invadi-la, depondo o governo atual e substituindo por um governo pró-Rússia.

O Ministério da Defesa russo confirma que 74 instalações militares ucranianas foram destruídas até o momento, incluindo 11 bases aéreas.

O ministro da Defesa, Serguei Shoigu, ordenou que os militares ucranianos fossem tratados "com respeito" e aqueles que depuserem suas armas sejam retirados com segurança.

Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, comparou o ataque russo à invasão promovida pela Alemanha nazista na 2ª Guerra. "A partir de hoje, nossos países estão em lados diferentes da história mundial. A Rússia embarcou em um caminho do mal, mas a Ucrânia está se defendendo e não desistirá de sua liberdade, não importa o que Moscou pense."

(Com informações da AP)

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