Os Estados Unidos expressaram, nesta sexta-feira (9), preocupação com uma "associação militar em grande escala" entre a Rússia e o Irã, descrevendo-a como "prejudicial" para a Ucrânia, os vizinhos do Irã e "a comunidade internacional".
O Irã é acusado pelas potências ocidentais de fornecer drones à Rússia para a guerra contra a Ucrânia, enquanto Moscou bombardeia a infraestrutura de energia do país em busca de uma vantagem no conflito.
Washington condenou no passado a cooperação em segurança entre o Irã e a Rússia, mas, nesta sexta-feira, descreveu uma extensa relação que envolve equipamentos como drones, helicópteros e caças.
"A Rússia busca colaborar com o Irã em áreas como o desenvolvimento de armas, o treinamento", disse a jornalistas o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
Moscou "está oferecendo ao Irã um nível de apoio militar e técnico sem precedentes, que está transformando sua relação em uma associação de defesa plena", acrescentou.
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"Também vimos relatos de que Moscou e Teerã estão considerando o estabelecimento de uma linha de produção conjunta de drones letais na Rússia. Instamos o Irã a reverter o curso e não tomar essas medidas."
O enviado de Moscou na ONU, Vassily Nebenzia, rejeitou as afirmações. Durante uma reunião do Conselho de Segurança, ele afirmou que o "complexo militar e industrial na Rússia pode trabalhar perfeitamente bem e não precisa de ajuda de ninguém."
Ainda segundo Nebenzia, as afirmações sobre os drones já foram refutadas diversas vezes antes.
Kirby afirmou também que os Estados Unidos irão sancionar "três entidades com sede na Rússia" envolvidas "na aquisição e uso de drones iranianos".
As sanções visam as forças aeroespaciais russas, o Centro Estadual de Aviação Não Tripulada nº 924 e o Comando de Aviação de Transporte Militar.
"Os Estados Unidos continuarão usando todas as ferramentas ao seu alcance para interromper essas transferências e impor consequências àqueles comprometidos com essas atividades", reforçou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
Em outubro, Teerã admitiu ter enviado drones à Rússia, mas insistiu que o equipamento foi fornecido antes da invasão da Ucrânia.
Kirby disse que os Estados Unidos também estão preocupados com o fato da Rússia "ter a intenção de proporcionar ao Irã componentes militares sofisticados", incluindo helicópteros e sistemas de defesa aérea.
De acordo com os relatórios, os pilotos iranianos estão aprendendo a pilotar caças avançados Sukhoi Su-35 na Rússia, e Teerã pode receber os aviões no próximo ano, o que "fortaleceria significativamente a força aérea do Irã em relação a seus vizinhos regionais".
Os Estados Unidos também acreditam que o Irã cogita vender "centenas de mísseis balísticos" à Rússia.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, se referiu nesta sexta-feira a "acordos sórdidos" entre Moscou e Teerã e disse em comunicado que o Irã enviou drones à Rússia em troca de "apoio militar e técnico".
Isso "aumentará o risco que representa para nossos parceiros no Oriente Médio e para a segurança internacional", acrescentou Cleverly, prometendo que "o Reino Unido continuará a expor essa aliança desesperada e a responsabilizar os dois países".
Kirby anunciou na sexta-feira um novo pacote de ajuda de US$ 275 milhões para fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, em particular contra os drones russos.
O Pentágono divulgou detalhes sobre o pacote, que inclui armas antidrone, bem como munição para sistemas de foguetes de precisão Himars, 80 mil projéteis de artilharia de 155 mm, cerca de 150 geradores e outros equipamentos.
O pacote mais recente, composto por equipamentos oriundos dos estoques americanos, eleva a assistência militar de Washington à Ucrânia desde a invasão russa em 24 de fevereiro para mais de US$ 19,3 bilhões.