Neste sábado (31), o papa emérito Bento XVI morreu, aos 95 anos.
Bento XVI havia apresentado uma piora do quadro de saúde nos últimos dias.
Joseph Ratzinger foi o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos.
"É com pesar que informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34 no Mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano. Mais informações serão fornecidas o mais breve possível", informou o Vatican News (perfil de notícias do Vaticano) no Twitter.
Na quarta-feira (28), o papa Francisco havia anunciado que o ex-pontífice alemão Bento XVI estava "muito doente" e pediu orações pelo papa que surpreendeu o mundo em 2013 com sua renúncia.
"Eu gostaria de pedir a todos vocês uma oração especial pelo papa emérito Bento (...) lembrem dele, porque está muito doente, pedindo ao Senhor que o console e o apoie", disse Francisco no final da audiência geral de quarta-feira.
Procurado pela AFP, o Vaticano confirmou o agravamento do estado de saúde de Bento XVI e informou que ele recebeu a visita de Francisco.
"Posso confirmar que, nas últimas horas, aconteceu um agravamento, devido a sua idade avançada. A situação está sob controle no momento, monitorada de modo permanente pelos médicos", afirmou, em um comunicado, o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
O papa emérito, Joseph Ratzinger, que faleceu neste sábado (31), foi o primeiro pontífice a renunciar, em 2013, ao posto em seis séculos.
Desde 2013, ele vivia afastado do olhar público, em um mosteiro localizado nos jardins do Vaticano.
As poucas fotografias publicadas do papa emérito já mostravam o agravamento de sua saúde nos últimos anos.
Após oito anos de pontificado (2005-2013), período marcado por várias crises, Bento XVI foi afetado no início de 2022 pelo escândalo de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica da Alemanha.
Ratzinger foi apontado em um relatório publicado em seu país por sua gestão da questão dos abusos quando era arcebispo de Munique. Ele saiu do silêncio para pedir perdão e afirmou que nunca protegeu nenhum abusador.
A renúncia de Bento XVI, anunciada em latim em 11 de fevereiro de 2013, foi uma decisão pessoal motivada pela saúde debilitada, e não à pressão dos escândalos, afirmou o papa emérito em um livro de memórias publicado em 2016.
Nascido em 1927, Joseph Ratzinger foi professor de teologia durante 25 anos na Alemanha, antes de ser nomeado arcebispo de Munique.
Em seguida, ele virou o guardião do dogma da Igreja Católica durante outros 25 anos em Roma.
Além disso, Bento XVI foi eleito líder da instituição em abril de 2005, como sucessor do polonês João Paulo II.
Como principal nome da Igreja Católica defendeu uma linha conservadora em temas como aborto, homossexualidade e eutanásia, além de ter sido um inimigo da Teologia da Libertação nascida na América Latina.
Algumas de suas declarações provocaram confusão, sobre o islã, o uso de preservativo contra o HIV ou a excomunhão de quatro bispos fundamentalistas em 2009.
Seu papado também foi marcado pelo vazamento, em 2012, de documentos confidenciais (conhecidos como "Vatileaks"), planejado por seu mordomo.
O escândalo evidenciou que Cúria romana, a administração da Santa Sé, estava minada por uma rede de intrigas e pela falta de rigor financeiro.
No último vídeo de Bento XVI, divulgado pelo Vaticano em agosto por ocasião da tradicional visita dos novos cardeais, ele aparece magro e debilitado, com um aparelho auditivo, incapaz de falar, mas com olhos vivos.
*Com informações da AFP