A violência contra jornalistas na Colômbia aumentou em 2022 e deixou dois comunicadores assassinados e mais de 200 sob ameaça, destaca um relatório da Fundação para a Liberdade de Imprensa (Flip) divulgado na quinta-feira (9).
No ano passado, os repórteres Rafael Moreno (37) e Wilder Córdoba (44) foram assassinados "por motivos relacionados ao seu trabalho jornalístico", ambos em pequenas cidades dos departamentos de Córdoba (noroeste) e Nariño (sul), respectivamente, destaca o documento, intitulado "Páginas pela Liberdade de Expressão".
Moreno, que denunciava no Facebook casos de corrupção envolvendo autoridades locais, já havia sido alvo de ameaças e contava com uma escolta designada pelo Estado que não o acompanhava no dia em que foi baleado, denunciou a Flip.
A ONG também detalhou a morte de Córdoba, que dirigia um canal de TV local no qual alertava para a insegurança e corrupção, até que pistoleiros “atiraram contra ele quatro vezes” enquanto Córdoba andava de moto em uma estrada rural.
Cinco jornalistas foram assassinados na Colômbia desde 2020, um deles em 2021. A maioria trabalhava em regiões afastadas, "onde não há uma presença forte de veículos de comunicação".
Desde 2020, a Justiça prendeu os autores materiais de três homicídios, mas, em nenhum dos casos, esclareceu “quem foram os mandantes, nem a motivação do crime".
"Desde 2020, a cada ano é estabelecido um novo recorde de ameaças contra jornalistas na Colômbia. Em 2022, registramos 218 ameaças, o número mais alto dos últimos 15 anos", ressaltou Jonathan Bock, diretor da Flip, em vídeo publicado nas redes sociais. Em 2021, 172 jornalistas haviam denunciado ameaças à ONG.
Segundo a Repórteres sem Fronteiras, a Colômbia é o terceiro país mais perigoso para os jornalistas na América Latina, atrás do México e Brasil.
A Flip divulgou a publicação por ocasião do Dia do Jornalista na Colômbia.