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BANCO SUÍÇO

CREDIT SUISSE: o que está acontecendo com o banco?

A ação da instituição, considerada o ponto fraco da rede bancária suíça, caiu 24,24%

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 15/03/2023 às 18:17
Fabrice COFFRINI / AFP
Credit Suisse deflagrou crise no mercado após divulgar resultado financeiro - FOTO: Fabrice COFFRINI / AFP

AFP

O banco central e o supervisor financeiro da Suíça afirmaram que o Credit Suisse (CS), que sofreu nesta quarta-feira (15) seu pior colapso no mercado de ações, cumpre as exigências de capital e liquidez, e que, "em caso de necessidade", poderia obter novos recursos.

"O Credit Suisse atende às exigências em matéria de capital e liquidez impostas aos bancos de importância sistêmica", afirmaram o Banco Nacional Suíço (BNS, banco central), e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro (Finma), em comunicado conjunto.

“Em caso de necessidade, o BNA colocará liquidez à disposição do Credit Suisse”, acrescentaram as instituições, em seus primeiros comentários após um dia em que os problemas do CS pesaram nos mercados mundiais.

A ação da instituição, considerada o ponto fraco da rede bancária suíça, caiu 24,24%, com uma capitalização de pouco menos de US$ 7,2 bilhões. Durante o pregão, chegou a cair 30%, atingindo a mínima histórica de US$ 1,66, apesar da intervenção de seu presidente, Axel Lehmann, para tranquilizar os mercados.

Os mercados acionários europeus fecharam em forte queda, reagindo às turbulências causadas pelo Credit Suisse, após o principal acionista do banco suíço descartar a possibilidade de novos aportes na instituição.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 3,83% a 7.344,45 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, fechou em baixa de 3,27%, a 14.735,26 pontos. O CAC 40, em Paris, cedeu 3,58%, a 6.885,71 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em baixa de 4,61%, a 25.565,84 pontos Já em Madri, o índice Ibex 35 baixou 4,01%, a 8.792,07 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 caiu 2,77%, a 5.812,87 pontos. As cotações são preliminares. Em Frankfurt, o Deutsche Bank caiu quase 10%, enquanto o Barclays teve baixa quase 9%, em Londres. Na capital francesa, o Société Générale cedeu mais de 10%.

Depois que o Saudi National Bank (SNB) descartou a possibilidade de oferecer assistência financeira ao Credit Suisse, as ações do banco tombaram e levaram outros grandes nomes do setor. Segundo fontes do The Wall Street Journal, o Banco Central Europeu (BCE) entrou em contato com bancos europeus para questionar quão expostos as instituições estão ao Credit Suisse.

A movimentação financeira ocorre um dia antes da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e, segundo a Capital Economics, poderá ter implicações na decisão de política monetária da instituição. Entretanto, a consultoria britânica avalia que o BC europeu deverá manter o plano de alta de 50 pontos-base (pb) em suas taxas.

O mercado europeu também foi influenciado pelo mau humor das bolsas de Nova York, que amargaram perdas após a publicação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês).

A produção industrial da zona do euro avançou 0,7% entre dezembro e janeiro e ficou acima do esperado, mas não foi suficiente para melhorar o ânimo nas bolsas europeias. Hoje, o Instituto Ifo divulgou avaliação na qual prevê recuo de 0,1% na economia da Alemanha em 2023 e expansão de 1,7% em 2024.

 

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