O Congresso do Equador anunciou nesta segunda-feira (27) que retomará o julgamento político contra o ex-presidente Guillermo Lasso, suspenso em maio, depois que o presidente dissolveu o Legislativo para convocar eleições antecipadas e evitar uma sanção.
A sessão para retomar o julgamento político ocorrerá na quarta-feira (29), informou a Assembleia Nacional em comunicado.
O julgamento político "contou com o parecer de admissibilidade da Corte Constitucional, por crime de peculato", acrescentou o Legislativo, agora liderado por Henry Kronfle, do Partido Social Cristão (PSC, direita).
O processo teve início em 16 de maio passado. Na época, Lasso (2021-2023) afirmou sua "inquestionável inocência" em um caso de suposta corrupção.
A oposição, que então era maioria, mas estava fragmentada, buscava a destituição de Lasso e argumentou que o ex-presidente assinou um contrato para o transporte de petróleo com o grupo internacional Amazonas Tanker, resultando em perdas superiores a 6 milhões de dólares (R$ 29 milhões).
No dia seguinte ao início do julgamento, Lasso invocou a chamada "morte cruzada" para dissolver o Congresso e convocar eleições antecipadas, nas quais o atual presidente Daniel Noboa saiu vencedor.
Com a eleição de Noboa, o Congresso não pode mais destituir Lasso, mas poderia censurá-lo, o que resultaria na suspensão de seus direitos políticos.