CONTRA EMISSORA

Israel aprova lei que permite fechar Al Jazeera no país

Israel tem há muito tempo um relacionamento difícil com o veículo, acusando-o de preconceito contra Israel

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Estadão Conteúdo

Publicado em 02/04/2024 às 17:13
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O primeiro-ministro de Israel Binyamin Netanyahu prometeu na segunda-feira (1º) acabar com as operações da emissora Al Jazeera em Israel, chamando o veículo de um "canal de terror" que espalha o incitamento, depois do parlamento ter aprovado uma lei abrindo caminho para o fechamento do jornal.

"O canal terrorista Al Jazeera deixará de ser exibido em Israel. Tenho a intenção de atuar imediatamente em conformidade com a nova lei para colocar fim às atividades do canal", escreveu o premiê israelense na rede social X. A emissora condenou a alegação de incitação de Netanyahu como uma "mentira perigosa e ridícula".

VOTAÇÃO NO PARLAMENTO

Knesset, o Parlamento israelense, votou a favor de uma nova lei, aprovada por 70 votos a favor e 10 contra, que permite proibir a veiculação dos conteúdos de canais estrangeiros "que ameacem a segurança do Estado" e fechar seus respectivos escritórios em solo israelense.

A emissora Al Jazeera opera sob a propriedade da Al Jazeera Media Network, que, por sua vez, é financiada pelo governo do Catar, é um dos poucos veículos internacionais que permaneceu em Israel durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas.

RELAÇÃO COM EMISSORA

Israel tem há muito tempo um relacionamento difícil com o veículo, acusando-o de preconceito contra Israel. As relações sofreram uma grande crise há quase dois anos, quando a correspondente Shireen Abu Akleh foi morta durante um ataque militar israelense na Cisjordânia ocupada. As relações deterioraram-se ainda mais após a eclosão da guerra em Gaza. Em dezembro, um ataque de Israel matou um operador de câmara da Al Jazeera.

A emissora condenou a alegação de incitação de Netanyahu como uma "mentira perigosa e ridícula". A Al Jazeera disse na segunda-feira que responsabiliza Netanyahu pela segurança de seus funcionários e escritórios, que continuaria o que descreveu como sua cobertura ousada e profissional e que "se reserva o direito de prosseguir com todas as medidas legais".

O ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, disse que pretende avançar com o fechamento. Ele disse que a Al Jazeera tem agido como um "braço de propaganda do Hamas" ao "incentivar a luta armada contra Israel".

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