O desabamento de uma estrada na província de Guangdong, sul da China, provocou pelo menos 48 mortes, segundo o balanço atualizado divulgado pela imprensa estatal nesta quinta-feira, enquanto prosseguem as operações de resgate.
As fortes chuvas das últimas semanas na região provocaram o colapso de um trecho de 18 metros da estrada, entre a cidade de Meizhou e o condado de Dabu, na madrugada de quarta-feira.
Muitos veículos caíram na cratera e na encosta ao lado da estrada.
"O desastre do desabamento da estrada provocou as mortes de 48 pessoas", informou a agência estatal de notícias Xinhua.
"Além disso, há três pessoas cujo DNA está sendo comparado e confirmado", acrescentou a agência, sem explicar se as três vítimas estão ou não incluídas no número de mortos.
O balanço anterior era de 36 mortos. Além disso, a Xinhua informou que 30 pessoas ficaram feridas, mas estão fora de perigo.
Imagens exibidas pelo canal estatal CCTV mostram máquinas escavando a encosta pela qual os veículos caíram. Além disso, um guindaste retirava os carros danificados e os transportava até um caminhão.
A imprensa estatal afirmou que o desabamento foi "um desastre geológico natural" provocado pelo "impacto das chuvas persistentes", que o governo vinculou à mudança climática.
O presidente Xi Jinping ordenou prioridade "ao trabalho de resgate e tratamento dos feridos, e administrar de maneira oportuna os perigos e riscos ocultos", segundo a CCTV.
O canal estatal informou que quase 500 pessoas foram mobilizadas para a operação de resgate.
A província de Guangdong, a mais populosa do país e com um centro industrial muito importante, foi afetada nas últimas semanas por vários desastres atribuídos a eventos climáticos extremos.
Na semana passada, as chuvas torrenciais provocaram inundações que mataram quatro pessoas e obrigaram quase 100.000 pessoas a abandonar suas casas.
Além das chuvas torrenciais, um tornado matou cinco pessoas na semana passada na capital provincial.
As áreas do centro e leste de Guangdong registraram até 600 milímetros de chuva nos últimos 10 dias, o triplo da média para esta época do ano, segundo a agência meteorológica nacional.
As chuvas intensas devem prosseguir até domingo no sul da China, segundo a agência. Estas condições "aumentam o risco de desastres, especialmente de desastres geológicos", acrescentou.
O Ministério da Gestão de Emergências também alertou que "as fortes chuvas podem aumentar na China em maio", o que provoca um "risco maior de desastres geológicos".
A China é o maior emissor de gases do efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global, mas o país assumiu o compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2060.