Israel e Hamas

As três fases do plano de Biden para alcançar uma trégua em Gaza

Joe Biden propôs um cessar-fogo entre Israel e Hamas em três fases. Após bombardeio israelense que matou 93 em Gaza, o Hamas pede a aplicação imediata

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AFP

Publicado em 12/08/2024 às 19:07
Biden vem vetando constantemente resoluções na ONU que contrariam o governo israelense - Miriam Alster / POOL / AFP

O plano do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para um cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza, que o movimento islamista palestino disse preferir em vez de novas negociações, inclui três fases de cerca de 40 dias cada uma.

Quando Biden apresentou a iniciativa, em 31 de maio, ele a atribuiu a Israel, embora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tenha demorado muito para admiti-la.

Após o fracasso de várias rodadas das negociações indiretas, Israel afirmou na semana passada que estava disposto a retomá-las em 15 de agosto, a pedido dos três países mediadores: Estados Unidos, Egito e Catar.

No entanto, as perspectivas de um desfecho positivo se enfraqueceram no sábado, quando Israel bombardeou uma escola que abrigava deslocados de guerra na Faixa de Gaza, matando 93 pessoas, segundo o balanço da Defesa Civil do território palestino governado pelo Hamas.

O Exército afirmou que o local servia como centro de comando do Hamas e da Jihad Islâmica, outra milícia palestina, e que havia eliminado pelo menos 31 combatentes na operação.

No domingo, o Hamas pediu a aplicação do plano apresentado por Biden, "em vez de realizar mais negociações ou novas propostas".

Continuar negociando, acrescentou, significaria "dar cobertura" aos bombardeios israelenses, que acontecem incessantemente desde o início da guerra, desencadeada em 7 de outubro por uma incursão letal de comandos islamistas no sul de Israel.

O Catar considerou abandonar sua mediação após o assassinato, em 31 de julho, em Teerã, do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel.

"Os assassinatos políticos e os ataques contínuos contra civis em Gaza (...) nos levam a questionar como uma mediação pode ter sucesso quando uma das partes assassina o negociador da outra", disse o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdelrahman al Thani.

Estas são as fases do acordo proposto por Biden:

Fase 1

Cessar-fogo de seis semanas e retirada das tropas israelenses das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza.

Libertação de "alguns" reféns sequestrados no sul de Israel em 7 de outubro, incluindo mulheres, idosos e pessoas feridas. Os corpos dos reféns mortos desde então serão entregues às famílias. Biden prometeu que os últimos reféns com nacionalidade americana retornariam neste momento "para casa".

Libertação de centenas de palestinos detidos em Israel.

Possibilidade de retorno às suas áreas de residência para os palestinos deslocados pelos bombardeios que devastaram Gaza.

"Aumento considerável" da ajuda humanitária, até agora insuficiente, com a entrada de até 600 caminhões por dia na Faixa de Gaza.

Fase 2

Suas diretrizes precisas, segundo Biden, serão definidas durante a aplicação da primeira fase.

O cessar-fogo continua em vigor, enquanto se negocia o fim definitivo dos combates e a libertação de todos os reféns.

As forças israelenses se retiram de toda a Faixa de Gaza durante esta fase, que também deve durar cerca de seis semanas.

Fase 3

Adoção de um amplo programa de reconstrução de Gaza, apoiado pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. Um alto funcionário americano estimou que seriam necessários de três a cinco anos.

Últimas entregas às famílias dos corpos dos reféns israelenses mortos.

Segundo Biden, o plano deve impedir o Hamas de recompor suas capacidades de combate, graças à intervenção de parceiros regionais. Caso isso não ocorra, "Israel poderá retomar suas operações militares".

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